O Observatório Espacial Heller & Jung conseguiu capturar, na madrugada desta sexta-feira (26), imagens da passagem do meteoro beta Leporids entre a divisa do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os registros contaram com o apoio de uma nova câmera, que está em operação há 15 dias. A nova tecnologia dispõe de um campo de visão estreito, o que garantiu, pela primeira vez, fotos e vídeos do corpo celeste com mais detalhes.
Nas imagens obtidas, é possível ver a frente do meteoro, a cauda e o rastro deixado por ele. Segundo informações do observatório espacial, o corpo celeste ingressou na atmosfera às 3h14min a uma altitude de 107,5 quilômetros e sua extinção ocorreu a 97,7 quilômetros. A duração de sua passagem foi de 0,2 segundo e a magnitude foi de -1,3 (medida que indica o brilho do corpo celeste com base em um observador da Terra).
De acordo com Carlos Jung, diretor da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e proprietário do Observatório Espacial Heller & Jung, a câmera conta com uma lente CS de 50 milímetros que garante um campo de visão que cobre apenas 5,45 graus do céu, o que pode dificultar o registro de meteoros. Apesar disso, quando esses corpos celestes são capturados, como foi o caso, há garantia de obtenção de mais detalhes, já que a tecnologia proporciona maior zoom.
Segundo Jung, inicialmente a câmera operava com uma lente 25 milímetros e contava com um campo de visão de 11 graus. Após a realização de testes, a lente foi substituída por uma que garante o dobro de zoom.
A nova tecnologia está sendo utilizada para registro de satélites, bem como suas reentradas na atmosfera terrestre. Ela também permite a captura fotográfica de corpos celestes, como meteoros.
Para Jung, esse tipo de registro incentivará novos tipos de pesquisas na área, principalmente, no Estado.
— É a primeira vez que registramos um (meteoro) desse tipo em detalhes. Esse tipo de registro abre novas possibilidades de pesquisa no Rio Grande do Sul — disse.
O Observatório Espacial Heller & Jung se dedica à área acadêmica há 21 anos. A instituição conta com câmeras em Gramado, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Taquara e Tramandaí. Ao todo, são 21 câmeras que operam do pôr-do-sol até o nascer das estrelas e outras nove que funcionam 24 horas por dia.