
Suspenso na última terça-feira (8), o julgamento do homem acusado de espancar até a morte o aposentado Linton Ferreira, de 46 anos, no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, foi remarcado para 14 de maio. O Ministério Público denunciou Ismael Vezner dos Santos por homicídio qualificado, por meio cruel.
O crime ocorreu em 4 de junho de 2022, na esquina da Rua General João Telles com a Avenida Osvaldo Aranha.
O caso começou a ser julgado em 8 de abril, mas o julgamento foi dissolvido após um perito apresentar informações que não estavam registradas no processo. A 1ª Vara do Júri do Foro Central da Capital acatou pediu da defesa, que solicitou adiamento do Tribunal do Júri para analisar as novas informações.
Conforme o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP), cinco testemunhas de defesa e outras cinco de acusação serão ouvidas. Preso preventivamente desde a época do crime, o réu também será interrogado durante o julgamento.
A promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari vai atuar em plenário pelo MP.
Relembre o crime
Linton Ferreiro foi espancado até a morte na madrugada de 4 de junho de 2022, na esquina da Rua General João Telles com a Avenida Osvaldo Aranha, no bairro Bom Fim, em Porto Alegre.
Morador de Canoas, Linton tinha esquizofrenia e sofria com convulsões. Na noite anterior ao crime, ele teve dois episódios de convulsões em casa. Ainda confuso, embarcou em um ônibus até o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, onde foi orientado a buscar outro local.
Nesse meio tempo, passou pela Rua João Telles, onde a briga ocorreu. Segundo a denúncia do Ministério Público, a agressão começou porque Ferreira disse as expressões "capeta" e "diabo", o que desagradou Santos, que começou a agredi-lo. O crime foi gravado por dezenas de pessoas que estavam na rua.
Contraponto
"A defesa do acusado, composta pelos advogados Ariel Garcia Leite, Ariel Santos Cardoso e André de Oliveira Carús, ressalta que já obteve o afastamento de duas das três qualificadoras constantes na denúncia através de recurso manejado junto ao Tribunal de Justiça, o qual foi julgado ainda em setembro de 2024. Desse modo, a denúncia apresentada (de homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, com emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) não prosperou em sua integralidade depois do filtro realizado pelo Poder Judiciário na primeira fase do procedimento do júri. Não desconhecendo a repercussão do caso, a defesa está preparada para o julgamento pelo Tribunal do Júri que ocorrerá na próxima terça-feira."