
A companheira e o enteado de Milton Prestes da Silva, 55 anos, foram denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por homicídio no último domingo (30).
Silva teve o corpo esquartejado, carbonizado e guardado em um freezer em balneário Quintão, no município de Palmares do Sul, no litoral norte do Estado. O assassinato ocorreu em 27 de fevereiro, contudo, o corpo da vítima foi encontrado somente no dia 4 de março.
Ana Alice da Rocha, 48 anos, foi presa em 8 de março, após passar dias foragida. O filho dela, de 24 anos, não teve o nome divulgado e foi detido na mesma noite em que o corpo de Silva foi encontrado.
A denúncia
Ambos foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe em razão de desavenças envolvendo questões patrimoniais. Também por dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi morta na própria casa, com golpes de arma branca.
Conforme o promotor de Justiça Lucas Codeceira, os autores do crime se prevaleceram de relações domésticas para praticarem o crime, ou seja, integravam uma família que residia no mesmo local.

Mãe e filho também foram denunciados por ocultação de cadáver, com o objetivo de assegurar a impunidade do crime, e fraude processual, uma vez que alteraram o local do assassinato e usaram o cartão e o automóvel da vítima na fuga.
— Trata-se de um fato gravíssimo, que choca pelo absoluto desprezo à vida e pela extrema crueldade na ocultação do corpo: a vítima foi esquartejada, carbonizada e colocada em sacos de ráfia (fibras de palmeiras) e sacolas plásticas, armazenados dentro de um freezer na própria residência. A denúncia representa o início da resposta do Estado diante de uma sociedade exausta desse tipo de violência — afirmou o promotor.
O crime
Milton Prestes da Silva estava desaparecido desde o dia 27 de fevereiro. Seu sumiço causou preocupação e levou dois familiares até a casa da vítima, na Rua Visconde de São Leopoldo. Lá, o corpo foi localizado dentro de um freezer.
A última vez em que Milton foi visto com vida havia sido na quinta-feira, 27 de fevereiro, mesmo dia no qual a polícia acredita que tenha acontecido a morte.

Ao ser questionada pelos familiares sobre o paradeiro da vítima, Ana Alice teria aparentado nervosismo e fugido, conforme relato dos parentes à polícia. O fato levantou suspeita sobre a sua participação no crime.
A mulher deixou a casa no veículo dela, um Gol branco, que foi encontrado abandonado numa estrada de areia, nas proximidades da Lagoa do Quintão. O veículo tinha placas de Campo Bom, município onde o casal teria morado antes de residir no Litoral.
Uma equipe do 8º Batalhão da Polícia Militar (8º BPM) localizou o automóvel usado na fuga. No porta-malas, policiais civis encontraram um serrote, uma corda e restos de carvão.