
O fisiculturista Wenderson Rodrigues de Souza, 30 anos, morreu no último domingo (30) no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha, no Espírito Santo.
Ele estava preso desde fevereiro, quando esfaqueou e matou a vendedora Carla Gobbi em uma loja na cidade.
Conforme a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), a causa da morte foi proveniente de uma lesão causada por um objeto cortante na cervical.
Ele teria passado mal dentro da cela. Detentos que dividiam o espaço informaram aos policiais penais, que o socorreram.
Após, foi levado à Unidade de Saúde do Sistema Prisional (USSP), mas chegou ao local já sem vida, segundo o g1. Sete presos foram ouvidos numa delegacia e reencaminhados a prisão, após falta de indícios de uma possível ação intencional.
Não foi encontrado nenhum objeto cortante no local. O caso foi encaminhado para o Serviço de Inteligência Prisional, para investigações.
Assassinato de vendedora
O assassinato de Carla Gobbi ocorreu em 22 de fevereiro deste ano. Wenderson entrou na loja onde a vendedora trabalhava e, após interagir com ela, a conduziu para os fundos do estabelecimento, onde a atacou com uma faca no pescoço.
A vítima, de 25 anos, foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital no dia seguinte. Ela deixou o marido e a filha de dois anos.
O fisiculturista foi preso momentos após o crime. Wenderson fugiu para uma rua próxima, onde foi encontrado ferindo a si mesmo com a mesma faca usada no ataque. A morte dele teria sido causada por um novo ferimento.
Wenderson chegou a ser levado ao hospital, e, após receber alta, foi encaminhado ao sistema prisional.
Feminicídio e premeditação
A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou Wenderson Rodrigues por feminicídio. Segundo a delegada Raffaella Aguiar ao g1, o crime foi motivado por "menosprezo pela figura da mulher".
Além disso, a investigação apontou que ele premeditou o ataque. Dois fatores agravaram a pena: a vítima não teve chance de defesa e deixou uma filha pequena.
Quem era Wenderson Rodrigues?
Wenderson Rodrigues era conhecido na região por vender doces fantasiado de super-herói.
Nas redes sociais, postava vídeos entregando doces com as fantasias e se apresentava como técnico em enfermagem, animador de eventos, fotógrafo e poeta.
Também se declarava bicampeão estadual de fisiculturismo e coach de emagrecimento.
Ele já tinha antecedentes criminais. Entre 2018 e 2019, cumpriu pena por roubo e violência doméstica com base na Lei Maria da Penha. Além disso, teve um pedido de medida protetiva contra ele arquivado no ano passado.
Dependência química
Segundo o g1, em entrevistas, Wenderson relatou ter enfrentado uma fase de dependência química e um período na prisão em 2016, após uma tentativa de assalto.
Na época, afirmou ter se convertido ao cristianismo e decidido mudar de vida, passando a vender doces para custear seus estudos.