O corpo de Paulo Roberto Braga, o idoso que foi levado morto para atendimento em um banco em Bangu, na última terça-feira (16), será enterrado neste sábado (20), no Cemitério de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro.
O caso ganhou destaque após vídeos feitos por funcionários da agência mostrarem o momento em que a sobrinha do "Tio Paulo", Érika de Souza Vieira Nunes, tenta liberar um empréstimo de R$ 17 mil com o idoso já morto, em uma cadeira de rodas. Érika está presa por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver.
A polícia afirma que Paulo Roberto já estava morto quando chegou ao banco, contradizendo a alegação da defesa de Érika, de que ele teria chegado vivo.
Imagens de câmeras de segurança mostram o homem aparentemente desacordado em locais próximos ao local. Contudo, um motorista de aplicativo e um mototaxista afirmam que o idoso estaria com vida ao entrar no carro que os levou para a agência.
O relatório do Instituto-Médico Legal (IML) indica que Paulo faleceu entre 11h30min e 14h30min, tornando difícil determinar se foi antes ou depois de chegar ao guichê. A causa do óbito foi por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca.
O médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que prestou socorro a Paulo no banco observou a presença de livores cadavéricos na parte posterior da cabeça do idoso, os quais geralmente surgem cerca de duas horas após o falecimento. De acordo com a Polícia Civil, a presença desses livores no corpo indica que ele provavelmente morreu deitado.
O caso continua sob investigação, e a polícia averigua se Érika tentou empréstimos em outros três bancos diferentes.
Enquanto isso, a defesa de Érika entrou com pedido de habeas corpus, alegando que ela tem uma filha de 14 anos que depende de cuidados especiais e que a prisão preventiva não é justa, pois ela sempre se pautou na honestidade e no trabalho.
O documento apresentado pela defesa ressalta que os indícios contra Érika se baseiam apenas em um clamor público, argumentando que não há fundamentos para a manutenção de sua prisão.