Um ato marcado para começar às 17h desta terça-feira (30), em frente à Faculdade de Educação (Faced) da UFRGS, em Porto Alegre, reunirá amigos e colegas da estudante Sarah Silva Domingues, assassinada aos 28 anos, no último dia 23, na Ilha das Flores. O grupo pedirá por resposta e Justiça pelo crime, que completa sete dias.
Sarah estudava Arquitetura e Urbanismo na universidade e fazia pesquisa de campo na Ilha das Flores quando foi atingida por disparos de arma de fogo. Ela morreu no local. Conforme a polícia, o alvo da ação era o dono de um comércio no local, identificado como Valdir dos Santos Pereira, 53 anos, que também foi morto na ação.
O assassinato comoveu alunos e professores da faculdade. Ao menos 200 pessoas compareceram ao velório da jovem, na quinta-feira (25) passada, no auditório do prédio da Arquitetura. Nesta tarde, eles voltarão a se reunir.
"O Estado do Rio Grande do Sul precisa prestar contas desse crime, pois é responsável pela situação de insegurança generalizada a que nosso povo está submetido. Até agora não temos respostas. Vamos lutar por justiça a Sarah", diz o texto divulgado pelos estudantes.
O grupo irá se reunir às 17h na Faced e planeja sair em uma caminhada por volta das 18h. O roteiro ainda não foi definido.
Polícia divulga poucas informações
Desde o dia 23, a Polícia Civil tem repassado poucas informações sobre o inquérito que apura o caso. Em parte, isso ocorre porque delegados não têm divulgado à imprensa informações sobre investigações em razão de um movimento liderado pela Associação dos Delegados de Polícia (Asdep). O objetivo da categoria é pressionar o governo estadual a avançar nas negociações sobre reivindicações salariais.
Neste caso, a polícia afirma também que não divulga novidades para evitar prejuízo à apuração.
— Posso adiantar que, nos próximos dias, vamos ter coisas mais concretas a serem ditas — resumiu a chefe da Comunicação Social da PC no Estado, delegada Eliana Parahyba Lopes, em entrevista à Rádio Gaúcha na segunda-feira (29).
Segundo Eliana, são aguardados laudos de necropsia para identificar os calibres das balas que atingiram Sarah e Pereira. Estas informações podem levar aos autores dos assassinatos e também aos mandates da ação. Equipes seguem tomando depoimentos de vizinhos e demais testemunhas, além de analisar imagens de câmeras de vigilância para avançar na elucidação do caso, ainda de acordo com a delegada.
— Toda morte é sempre muito triste, mas, pelas circunstâncias do caso e por ceifar a vida de uma pessoa tão nova e com tantas qualidades que inspiram, causou, sem dúvida, comoção em todos nós, inclusive nos policiais. A Polícia Civil está tratando este caso da Sarah com absoluta prioridade — garantiu Eliana.
A motivação do ataque — em que dois criminosos em uma moto passaram atirando contra o estabelecimento comercial e vitimando duas pessoas — ainda não foi esclarecida pela polícia, mas as características do episódio indicam que teria sido ordenado pelo crime organizado. No entanto, as mortes de Sarah e Pereira não têm "qualquer relação entre si", segundo a delegada.