A Polícia Civil investiga como homicídio doloso a morte de um motociclista atropelado na última sexta-feira (31), na Avenida Boqueirão, em Canoas. Guilherme Joaquim da Silva, de 19 anos, estava pilotando a motocicleta com a namorada na carona quando foi atingido por um veículo.
O condutor do carro foi autuado em flagrante por homicídio doloso com motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. No sábado (1º), ele teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia.
Imagens de um estabelecimento mostram o momento em que o carro derruba as vítimas e depois passa por cima de Guilherme, que morreu no local. A namorada dele sofreu ferimentos e não corre risco de morte.
— O flagrado tinha a intenção de causar alguma confusão com a vítima, que acabou vindo a óbito. Ele vinha numa perseguição pela Avenida Boqueirão, teve um momento em que ele quase atinge a motocicleta e o condutor derrapa — afirmou Graziela Zinelli, delegada da Polícia Civil.
Em depoimento, a namorada de Guilherme disse que após essa primeira situação, os dois pararam ao lado do veículo para perguntar por qual motivo ele havia tentado derrubar os dois. Esse momento também foi flagrado por câmeras, que estão com a Polícia Civil. Na sequência, o piloto segue pela avenida, mas volta a ser perseguido até a colisão fatal.
— Ele estava perseguindo alguém sem nenhuma motivação, que a gente pudesse dizer de uma legítima defesa ou que tivesse sido provocado pela vítima. Não se trouxe nenhum elemento desses para os autos. O que veio até então, foi a motivação de perseguir alguém no trânsito e causar esse dano — explicou a delegada sobre o motivo fútil.
O motorista fugiu, mas foi encontrado em casa pela Brigada Militar. Ele não teve o nome revelado, mas Zero Hora apurou que se trata de Fernando Ávila Molossi, que até então, não possuía antecedentes criminais. Ele é professor de física em uma instituição pública federal.
No momento da prisão, ele se recusou a realizar o teste de bafômetro. No entanto, policiais informaram que ele estava com indícios de embriaguez. Em depoimento, ele permaneceu em silêncio. A defesa de Fernando não foi localizada por Zero Hora e o espaço está aberto para manifestação.
Protestos
Após a morte, familiares, amigos e motociclistas de Canoas realizaram uma série de protestos por conta do crime. O advogado Rainer Mendonça, que representa a família de Guilherme, reafirma que não houve discussão de trânsito e que Guilherme foi atingido de forma "aleatória".
O advogado diz que obteve novas imagens e testemunhas, que serão apresentadas à Polícia Civil e incluídas no processo.