Uma semana após a morte de um homem considerado líder de uma quadrilha de Canoas, a polícia tenta identificar os atiradores do ataque realizado no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, na manhã da última segunda-feira (13).
Segundo a Polícia Civil, a vítima, Diego de Carvalho Fontinel, 32 anos, conhecido como Alemão da Praia, era líder de uma quadrilha criada com o irmão e que atuava no bairro Mathias Velho, em Canoas, na Região Metropolitana. Ele tinha condenações que ultrapassavam os 30 anos de prisão (veja abaixo). De acordo com a delegada responsável pelo caso, Roberta Bertoldo, a morte teria relação com esse histórico:
— É um caso bastante complexo, que envolve disputas entre grupos criminosos. Estamos trabalhando para esclarecer o caso — resumiu.
Após a execução, o policiamento no bairro Mathias Velho foi intensificado pelo 15º Batalhão de Polícia Militar de Canoas, responsável pela região. Segundo o comandante do batalhão, tenente-coronel Jorge Dirceu Filho, o trabalho foi realizado para evitar possíveis retaliações. Tanto a Polícia Civil quanto a Brigada Militar afirmaram que não foi registrado nenhum tipo de retaliação desde a morte de Fontinel.
Relembre o caso
Fontinel foi morto quando chegava ao local onde faria um procedimento de saúde, no bairro Três Figueiras, mas foi baleado poucos antes de ingressar no prédio e morreu no local. No momento do ataque, ele estava em um veículo blindado, na companhia de dois amigos que também foram baleados e encaminhados para atendimento — o estado de saúde deles não foi divulgado pela polícia. Em um vídeo da ação, é possível ver que os criminosos utilizaram fuzil e pistola no ataque.
Natural de Canoas, Fontinel havia sido condenado pela Justiça em 2013 por tentativa de homicídio qualificado. Em 2017, ele foi novamente sentenciado, dessa vez por organização criminosa, receptação, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e posse de artefato explosivo. O processo diz respeito a ataques a agências bancárias e a carros fortes na região norte do Estado, nos quais Fontinel teria fornecido armamento e participado das ações. A pena total chegava a 33 anos e 10 meses de prisão.
Fontinel havia deixado a Penitenciária Estadual de Charqueadas em janeiro de 2020 e utilizava uma tornozeleira eletrônica desde então. Na manhã do dia 13, ele teve o equipamento retirado por uma equipe da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) pouco antes do ataque para realizar a cirurgia.
Segundo a investigação da polícia, Fontinel e o irmão, Leandro, criaram uma quadrilha que atua a região do Mathias Velho e tem envolvimento com tráfico de drogas e também coordena homicídios. Leandro foi morto em julho, também em um ataque a tiros, em Canoas.