Começou às 9h desta quinta-feira (18) a primeira audiência do caso Miguel. Até o final da tarde, quando os trabalhos foram encerrados, prestaram depoimento doze pessoas — todas de acusação. Elas foram ouvidas na 1ª Vara Criminal da Comarca de Tramandaí. A expectativa é de que até sexta-feira (19) 23 testemunhas prestem depoimento. A audiência, comandada pelo juiz Gilberto Pinto Fontoura, apura as responsabilidades pela morte do menino Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, no final de julho.
A criança foi considerada desaparecida no dia 29 daquele mês e, dias depois, a polícia prendeu as duas suspeitas pelo crime. Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, mãe do menino, e a companheira dela, Bruna Nathiele Porto da Rosa, são acusadas de homicídio, tortura e ocultação de cadáver.
Dentre as testemunhas, 20 foram convocadas pelo Ministério Público, sendo uma delas em comum com Yasmin, e três pela defesa de Bruna. O delegado que investigou o caso, Antônio Carlos Ractz Júnior, foi ouvido nesta quinta — o depoimento dele foi o mais longo.
A defesa de Yasmin chegou a pedir a suspensão da audiência, porque o delegado teria apresentado novas provas. No entanto, o magistrado negou e audiência foi mantida.
Por outro lado, Bruna recorre da decisão do magistrado que, conforme laudo pericial, concluiu que ela é plenamente capaz de entender o caráter ilícito de seus atos. A ré passou por avaliação psicológica em razão da instauração de incidente de insanidade mental.
O advogado da mãe da criança informou que vai aguardar o fim das duas audiências para se manifestar a respeito do caso. A defesa de Bruna ainda não se manifestou.
As acusadas estão presas preventivamente no Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.
Reconstituição dos fatos
Na semana passada, a reconstituição do assassinato do menino Miguel foi feita pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) em Imbé. A madrasta participou da ação que foi feita conforme sua versão dos fatos. Ela prestou depoimento à polícia e, depois, acompanhou a perícia até a pousada onde ela, Yasmin e Miguel moravam.
O menino, de acordo com Bruna, foi morto na pousada e colocado em uma mala. Os peritos fizeram o trajeto a pé que teria sido feito com a mala contendo o corpo de Miguel. O corpo da criança não foi encontrado até hoje.