A superintendência da Polícia Federal (PF) deixará o prédio que ocupa há quase 15 anos na Avenida Ipiranga. Nesta segunda-feira (9), o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, assinou o contrato que garantiu um novo terreno para a instituição, na Avenida Loureiro da Silva, bairro Praia de Belas. A área, que fica entre os prédios do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e o Ministério da Economia, tem 8,1 mil m² e foi cedida pelo Banco Central.
A estimativa é que a obra fique pronta em um prazo entre cinco e dez anos. O início da construção vai depender ainda de permuta de prédios ou terrenos federais. Uma das ideias é que o próprio prédio ocupado hoje pela PF entre no negócio.
A troca de prédio é tratada como uma prioridade pelo superintendente da PF no Rio Grande do Sul, Alexandre Isbarrola. Segundo ele, o atual já não possui a estrutura necessária para abrigar os serviços que a corporação faz, já que a demanda de investigações e de atendimento ao público aumentou nos últimos anos.
— A primeira questão é que ele não foi projetado para a atividade policial, que requer determinadas especifidades, e que na adaptação a gente não tem como ter o melhor aproveitamento do espaço. De outro lado, com o passar do tempo, o prédio começa a se deteriorar e a manutenção fica cada vez mais cara — detalhou.
O fator determinante para a mudança de endereço foi a falta de espaço no prédio atual da PF para a realização de perícias. Recentemente, a corporação recebeu equipamentos modernos para análises, mas não consegue espaço para instalá-los. Além disso, a direção relata infiltração no prédio e delegacias em salas improvisadas. Faltam também espaços para estacionamento, tanto de carros apreendidos — que muitas vezes ficam parados em via pública — quanto de veículos de servidores.
Devido à falta de espaço, em 2019 o órgão voltou a ocupar o antigo prédio da Avenida Paraná, no bairro Navegantes, na zona norte da Capital. A equipe responsável pela desativação de bombas e uma outra delegacia estão trabalhando no local, de forma improvisada. A PF abrigou o canil em uma casa de madeira ao lado do antigo prédio.
O espaço para o atendimento ao público também está apertado. Na manhã desta terça-feira (10), a sala estava lotada de imigrantes para pedidos de refúgio ou permanência no país. A parte de confecções de passaportes passou, ainda em 2017, para uma sala no shopping Praia de Belas.
Plano de prédio "estilo Curitiba"
O objetivo da Polícia Federal gaúcha é fazer um prédio novo, ao estilo da superintendência de Curitiba. O prédio da capital paranaense é considerado um dos mais estruturados da corporação no Brasil. Ainda não há um projeto arquitetônico definido. A PF já fez contatos para detalhar as necessidades do novo prédio, que deve centralizar todos os serviços em Porto Alegre.
Em junho de 2018, a PF inaugurou uma reforma na fachada do prédio, na qual foram gastos aproximadamente R$ 1,2 milhão. O superintendente defende que o investimento foi feito por questões de segurança:
— A gente teve de fazer uma revitalização da fachada porque as placas de revestimento estavam se desprendendo. Havia risco para o público. Placas atingiram veículos estacionados. Um laudo detectou risco de desabamento de parte da fachada, então tínhamos que necessariamente fazer a reforma.