Após identificar os 322 veículos que tiveram adulteração de dados no sistema, o Detran busca agora ressarcimento do prejuízo. Ao fraudar informações — como o nome do proprietário, a existência de multas ou numeração do chassi e do Renavam —, os fraudadores conseguiam evitar determinados pagamentos ao órgão público. Até mesmo carros em nome de pessoas mortas foram transferidos de forma fraudulenta.
Em entrevista ao programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, o presidente do departamento, Paulo Kopshina afirmou que todas essas alterações já foram desfeitas e que os valores entrarão nos cofres nos próximos meses.
— Ao longo do tempo esses prejuízos estão sendo recuperados. Os fraudados, hoje ou amanhã, serão parados em barreiras e recolhidos. Ou ainda em época de pagar IPVA isso vai ser visto e corrigido. Se não pagar, ele não vai receber o documento de licenciamento atualizado — informou o presidente.
Desencadeada na manhã dessa terça-feira (15), a Operação Transitório iniciou após uma auditória do próprio Detran, que identificou uso da senha de um servidor pelos fraudadores. Cerca de R$ 450 mil deixaram de ser pagos em multas e taxas. O servidor, no entanto, não teve participação no esquema, segundo Kopshina:
— A suspeita é de que a senha dele tenha sido copiada durante um trabalho externo, quando ele foi a um CRVA (Centro de Registro de Veículos Automotores).
Paulo Kopshina afirmou que o trabalhador do CRVA suspeito de ter roubado a senha trabalhava em horários em que o sistema não seria derrubado, caso ele fizesse login ao mesmo tempo que o servidor lesado:
— Ele fazia as alterações de madrugada ou aos finais de semana.
Três pessoas foram presas e uma está foragida.