A investigação que levou às prisões preventivas do delegado Omar Abud e do comissário de polícia aposentado Luis Armindo de Mello Gonçalves, na manhã desta terça-feira, ainda é mantida sob sigilo pelo Ministério Público. De acordo com o subprocurador-geral da Justiça, promotor Fabiano Dallazen, a medida é necessária já que o caso ainda está sob investigação. E os dois agentes públicos que têm suas condutas apuradas tiveram sigilos bancário e fiscal quebrados.
– No momento em que oferecermos a denúncia à Justiça, vamos solicitar o levantamento do sigilo. Aí poderemos detalhar melhor a participação de cada um no esquema criminoso, assim como explicitar o fluxo financeiro dessa operação – diz o promotor.
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Segundo Dallazen, mais pessoas ainda são investigadas. Entre elas, três bastante próximas do delegado. Elas chegaram a ser conduzidas durante o cumprimento de mandados da Operação Financiador, na manhã desta terça, mas foram liberadas mediante fiança. Prestarão esclarecimentos em liberdade.
– Não podemos dizer que o crime foi cessado. Ainda estamos em meio à investigação e novos elementos podem surgir. Mas a ação desarticulou o topo do esquema criminoso, que dificilmente vem à tona – diz Dallazen.
A Corregedoria da Polícia Civil também investiga os dois presos. De acordo com o delegado Andrei Vivan, todas as informações são sigilosas. Ele não revela se há outros policiais envolvidos nessa apuração.
– Ainda não podemos estimar que tipo de punição os envolvidos poderão ter. Estamos analisando muita documentação e aí sim definiremos como encaminhar os indiciamentos – afirma o delegado.
Abud e Gonçalves são investigados por lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional e organização criminosa. Administrativamente, a Polícia Civil também abrirá um processo que pode levar os dois a um conselho e à expulsão da corporação. Mesmo aposentado, de acordo com o delegado Vivan, o comissário poderá receber punição.
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Delegado Omar Abud e comissário de polícia aposentado Luis Armindo de Mello Gonçalves tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados pela investigação do Ministério Público
Eduardo Torres
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