A Polícia Civil do Espírito Santo decidiu paralisar suas atividades até a meia-noite desta quarta-feira. A partir de quinta, dia 9, os policiais atenderão apenas nas 18 delegacias regionais e especializadas do Estado – são quatro na Grande Vitória – por tempo indeterminado. O Departamento Médico Legal (DML) permanecerá em funcionamento.
A paralisação foi decidida no pátio da sede da polícia. Enquanto cerca de 300 policiais de nove entidades que representam a categoria deliberavam pela greve, o comando da Polícia Civil publicava nota desmentindo a suspensão dos serviços. O protesto, porém, está mantido.
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Mais cedo, uma das associações que representa os policiais chegou a deliberar em outra assembleia que iniciaria uma greve e que colocaria apenas 30% dos agentes em serviço. Depois, um ato que reuniu diversas entidades unificou o protesto.
– Não é greve. Continuaremos trabalhando, mas, por segurança nossa, fecharemos todas as unidades que estão trabalhando com efetivo abaixo do exigido por lei – afirmou o delegado Rodolfo Laterza, que preside a associação de delegados.
A partir de amanhã, apenas os flagrantes serão atendidos pela polícia.
– A população vai precisar ter um pouco de paciência – comentou Laterza. – É preciso entender. Estamos entre os piores salários do país, as delegacias estão trabalhando com menos efetivo do que o exigido por lei. Não temos segurança para trabalhar.
O movimento anunciado nesta quarta é um protesto pela morte do policial Mário Marcelo de Albuquerque. Ele foi assassinado na terça quando se deslocava de Vitória para Colatina. Os policiais militares do Estado estão parados desde sexta-feira, em protesto contra o não reajuste de salários. Além disso, a delegacia de Jacareípe, no município de Serra, foi metralhada na terça-feira.
Uma eventual paralisação geral será decidida em assembleia marcada para o dia 17.
*Estadão Conteúdo