A 6ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre recebeu nesta quarta-feira (9) o resultado preliminar da perícia realizada nos corpos de um adolescente de 14 anos e de um homem executados ontem na região da Grande Cruzeiro, na zona sul da cidade. A delegada Elisa Souza destaca que a informação reforça uma hipótese da polícia de que as duas vítimas eram realmente os alvos dos bandidos.
De acordo com o laudo pericial, o jovem Alisson Couto dos Santos levou oito tiros somente na cabeça, e Jones Felipe Cabral, 26 anos, com antecedentes criminais, foi atingido por pelo menos seis disparos de arma de fogo.
Esse resultado e mais a informação de que os executores foram diretamente na casa do adolescente, de acordo com uma testemunha, são fundamentais para a investigação. Elisa ressalta que não está confirmando que Alisson tinha envolvimento com o crime, mas que está apurando provável acerto de contas entre ele e um grupo de traficantes que está tentando evitar que facção rival assuma o ponto de venda de drogas na região.
A mãe do adolescente afirmou ontem que ele era inocente e que foi morto por engano.
Os crimes ocorreram na rua Ursa Maior, na Vila Pedreira. A investigação continua e ainda não se tem suspeitos. Também não se sabe o motivo específico das duas mortes.
A delegada Elisa ressalta que está difícil encontrar uma testemunha. "Ninguém quer falar, as pessoas estão com medo", diz.
Apesar dos bandidos terem entrado na casa de Alisson dizendo que eram policiais, eles não vestiam qualquer tipo de uniforme utilizado pelos agentes.
Em meio à confusão de ontem, após os assassinatos, criminosos invadiram um ônibus e ameaçaram colocar fogo no coletivo. Segundo a Brigada Militar, eles se aproveitaram da situação para assaltar o veículo. Os bandidos foram presos logo depois do fato.
As ocorrências levaram ao fechamento de unidades de saúde e à interrupção de linhas de ônibus. Desde hoje pela manhã, a situação está controlada e os serviços estão sendo disponibilizados normalmente.