A Brigada Militar teme retaliações contra indígenas por parte de agricultores que moram perto de reserva em Faxinalzinho, no norte do Estado, onde dois produtores rurais foram mortos na segunda-feira (29). A polícia reforçou a segurança na região e monitora o deslocamento dos agricultores, com medo de novos confrontos.
Segundo a polícia, as vítimas foram mortas a pauladas e a tiros, por índios, após furarem um bloqueio que era realizado por eles. O capitão da Brigada Militar na Região Norte, Mauri José Bergamo, disse em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade que os irmãos Anderson de Souza, 27 anos, e Alsemar de Souza, 42 anos, tentavam ajudar um terceiro agricultor a passar por um bloqueio.
Mauri de José de Bergamo contou que a dupla desbloqueou uma das estradas vicinais que passam pela região da reserva indígena. A estrada, e caminho mais curto entre Herval Grande e Faxinalzinho, está bloqueada por dezenas de índios.
Cerca de cem índios também ocupam o pátio de um salão de eventos comunitário do município de Sananduva, ainda no Norte do Estado, desde a noite de domingo. Conforme a Funai, eles reivindicam as terras que fazem parte da reserva indígena de Passo Grande do Rio Forquilha. Um documento comunicando a ocupação será enviado para a sede da Funai, em Brasília.
Conflito com indígenas
Os dois agricultores foram mortos depois de entrarem em confronto com indígenas, na segunda-feira (28), na área rural de Faxinalzinho, no norte do Estado. Os índios bloquearam uma estrada para realizar um protesto pela demarcação de terras indígenas na região.
Segundo a Polícia Federal, o desentendimento começou depois que os agricultores tentaram passar pelo local. De acordo com o comandante da Brigada Militar na região, capitão Mauri Bergamo, uma guarnição encontrou os dois corpos a cerca de três quilômetros do local.