Embora possam parecer semelhantes à primeira vista, o dogo argentino e o pitbull são raças distintas, com características físicas, comportamentais e históricas próprias. Enquanto um foi criado para caça e proteção, o outro se destacou em esportes de combate e posteriormente como cachorro de companhia.
Conhecer as diferenças entre esses dois animais é essencial para identificar corretamente cada raça e compreender qual delas melhor se adapta ao seu estilo de vida, bem como oferecer os cuidados adequados. Veja abaixo!
1. Origem e propósito
O dogo argentino foi desenvolvido na Argentina na década de 1920 pelo médico Dr. Antonio Nores Martinez. Seu objetivo era criar um cão forte, resistente e corajoso, capaz de auxiliar na caça de animais de grande porte, como javalis e pumas. Para alcançar esse resultado, ele combinou diversas raças, incluindo o extinto cachorro de briga de Córdoba, boxer, pointer, dogue alemão e mastim dos Pireneus.
O pitbull, por outro lado, tem suas raízes no Reino Unido e nos Estados Unidos, onde foi originado a partir do cruzamento de buldogues e terriers. Inicialmente, era utilizado em esportes brutais, como lutas contra touros e brigas de cães. Com a proibição dessas práticas, ele passou a ser criado como cachorro de companhia e utilizado em atividades como busca e resgate, terapia assistida e esportes caninos.
2. Tamanho e peso
O dogo argentino é notavelmente maior e mais pesado do que o pitbull. Os machos da raça costumam medir entre 60 e 68 cm de altura e pesar entre 40 e 45 kg, enquanto as fêmeas ficam um pouco menores, mas ainda robustas. Em contrapartida, o pitbull tem um porte mais compacto e musculoso, com altura variando entre 45 e 53 cm e peso entre 16 e 30 kg.
3. Aparência e pelagem
Embora ambos possuam pelagem curta e lisa, o dogo argentino tem uma cor exclusivamente branca, podendo apresentar pequenas manchas pretas na cabeça. Sua estrutura física é robusta e imponente, com um corpo alongado e musculoso.
O pitbull, por sua vez, apresenta uma grande variedade de cores e padrões, incluindo preto, marrom, tigrado, azul, vermelho e combinações dessas tonalidades. Além disso, sua musculatura é mais compacta e definida, conferindo-lhe um aspecto atlético e ágil.
4. Temperamento e comportamento
Ambas as raças são conhecidas por sua lealdade e coragem, mas possuem diferenças marcantes no comportamento. O pitbull é, em geral, mais sociável e brincalhão, especialmente quando criado em um ambiente amoroso e bem-socializado desde filhote. Ele pode se dar muito bem com crianças e outras pessoas.
O dogo argentino, por sua vez, tem uma personalidade mais reservada e protetora, especialmente em relação a estranhos. Ele foi criado para ser um cão de guarda e caça, o que faz com que seja naturalmente mais vigilante e desconfiado, necessitando de um tutor experiente para guiá-lo de forma equilibrada.
5. Necessidade de exercício
Tanto o dogo argentino quanto o pitbull são raças extremamente ativas e enérgicas, necessitando de exercícios diários para manterem-se saudáveis e equilibrados. No entanto, o primeiro tende a precisar de atividades físicas mais intensas e prolongadas devido ao seu porte maior e histórico de cão de caça.
Caminhadas longas, corridas e desafios mentais são fundamentais para evitar o tédio e possíveis comportamentos destrutivos. O pitbull também exige uma boa dose de atividade, mas pode se contentar com brincadeiras vigorosas, como cabo de guerra e agility, além de caminhadas regulares.
6. Facilidade de treinamento
O pitbull é altamente inteligente e motivado a agradar seu tutor, o que facilita bastante seu treinamento, mesmo para tutores menos experientes. Ele responde bem a métodos de reforço positivo e aprende comandos com rapidez.
O dogo argentino, apesar de também ser inteligente, pode apresentar um temperamento mais teimoso e independente. Isso significa que seu treinamento exige mais consistência e firmeza por parte do tutor, sendo recomendado para pessoas que já tenham experiência com cachorros de grande porte.
7. Convivência com outros animais
O dogo argentino tem um forte instinto de caça, o que pode torná-lo menos tolerante à presença de outros animais, especialmente os menores. É possível socializá-lo desde filhote para conviver com outros cães e gatos, mas sempre com supervisão e treinamento adequado.
O pitbull, por outro lado, tem um histórico de interação com outros cachorros e pode ser mais sociável quando acostumado desde cedo a viver em grupo. No entanto, algumas linhagens podem apresentar traços de dominância e territorialismo, tornando essencial um processo de socialização cuidadoso.