Uma fiscalização feita pelo Ministério Público Estadual em maio, em colaboração com o Conselho Regional de Farmácia em cinco Unidades Básicas de Saúde (UBSs), concluiu que 30% dos medicamentos da lista do SUS estão em falta no município. O desabastecimento de medicamentos em farmácias de unidades municipais e estaduais é alvo de um inquérito civil aberto no ano passado pela promotora Dora Martin Strilicherk, da Saúde Pública.
Após as falhas constatadas na fiscalização, a promotoria fez uma série de recomendações à prefeitura para melhorar a gestão da área. Segundo o MPE, no entanto, as medidas adotadas pela secretaria até agora foram insuficientes e os problemas de desabastecimento continuam.
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– Já faz uns seis meses que tento retirar o sinvastatina para a minha mãe, mas nunca tem. Ela tem pressão alta, colesterol, diabete, acabou de amputar uma perna e já temos que comprar vários remédios. Com esse que está em falta, é um custo a mais – reclama a dona de casa Stefane Barbosa, de 18 anos.
A pedagoga Maria de Fátima de Souza Bastos, de 48 anos, também não conseguiu retirar medicamento para a mãe, de 80 anos, que sofre de diabete.
– Já me orientaram aqui no posto a comprar porque, mesmo quando chega, o estoque acaba rapidinho – diz ela, que buscava o cloridrato de metformina.
O secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que a falta de remédios é causada principalmente pelo atraso na entrega dos pedidos por parte dos fornecedores e pelo crescimento da demanda.
– Aumentamos o número de punições aos fornecedores que atrasam e estamos fazendo uma revisão mensal do consumo médio de cada unidade para planejar melhor as compras –diz.
Padilha foi convocado para uma reunião no MPE, na terça-feira, 30, para prestar maiores esclarecimentos sobre as medidas adotadas pela prefeitura para minimizar o problema.