O sentimento de purificação que toma conta das pessoas de alguma maneira estimuladas a inventariar o que fizeram se repete a cada final de ano e se traduz no aumento de mortes violentas, crises de depressão e taxas de suicídio. Deflagrado o processo de depuração ordenado pelo calendário, a rotina é sempre a mesma: identificam-se os maiores erros e fracassos e, em seguida, buscam-se os culpados, que invariavelmente são os outros. Nem a paliação mercantilista do Natal consegue amordaçar o protesto interior pelo pouco que fizemos e o contraste humilhante com o muito que poderíamos ter feito.
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