Muitos passam a maior parte dos seus dias, e pode-se dizer de suas vidas, trabalhando. O conteúdo da atividade ocupacional, bem como as rotinas, as atividades e os ambientes fazem toda a diferença para a qualidade de vida, destaca a psicóloga Luciana Ourique Masiero, pesquisadora na área de desenvolvimento de carreira.
Para Luciana, é preciso sempre ter em mente que qualquer profissão pode gerar frustrações e desafios, mesmo quando se trabalha com o que se ama.
- Problemas sempre vão existir, mas é muito melhor resolvê-los em um terreno no qual a gente se realiza. É melhor descascar uma fruta que a gente gosta de comer - resume o violinista Tiago Fabino Ribas, 36 anos.
Quem o vê hoje, um músico profissional, não imagina que, até os 22 anos, Tiago nunca tinha tocado em um violino. Natural de Passo Fundo, ele seguia uma carreira semelhante à de grande parte de seus amigos. Após o colégio, ingressou na faculdade de arquitetura. No quarto semestre, já um pouco desinteressado pelo curso, entrou no coral da universidade para obter uma bolsa de estudos.
Em contato, pela primeira vez, com o mundo da música, Tiago foi se apaixonando aos poucos. Inicialmente fez amizade com os integrantes do coral. Depois, entrou despretensiosamente em um curso de violino.
- Sempre tive vontade de tocar violino. Quando surgiu a oportunidade pensei: por que não? - comenta.
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A experiência provocaria uma grande transformação em sua vida. Tiago progrediu rapidamente no instrumento e descobriu uma paixão. Mudou-se para Porto Alegre, estudou e treinou até ingressar na Faculdade de Música da UFRGS, e a partir daí começou a construir uma nova carreira.
Hoje é mestre, dono de uma escola de música e leva no currículo trabalhos como membro da orquestra do Theatro São Pedro, professor de violino da Universidade Federal de Pelotas e criador de uma orquestra de cordas.
- Poderia ter optado pelo violino como hobby, mas decidi levar como profissão: nem tudo são flores, mas a realização pessoal e profissional justifica os percalços - diz Tiago.
Ainda que o rumo profissional possa aparentemente ter sido definido em um único momento na vida de Tiago, a psicóloga e vice-presidente da Associação Brasileira de Orientação Profissional Maria Celia Lassance explica que não existe "uma escolha profissional", e sim um processo de construção da carreira que ocorre durante toda a vida.
Conforme a especialista, a realização profissional advém do quanto a pessoa consegue satisfazer suas necessidades, interesses e valores através das atividades cotidianas.
Eu amo o que faço
Tiago descobriu que o hobby viria a se tornar, na verdade, sua profissão
Violino chegou despretensiosamente. Até os 22 anos, ele nunca havia tido contato com o instrumento
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