O relatório Global Burden of Disease Study 2010 (GBD 2010), publicado na última semana no jornal médico The Lancet, um dos mais respeitados da Inglaterra, revelou que a expectativa de vida da população mundial cresceu nos últimos 20 anos, mas os anos a mais são vividos com menos qualidade de vida.
O estudo, conduzido pelo Instituto de Métrica e Avaliação de Saúde (IHME), da Universidade de Washington, teve a colaboração de 486 autores de mais de 50 países, inclusive do Brasil, e levou cinco anos para ser concluído. A pesquisa destaca que o aumento na expectativa de vida mundial ocorreu principalmente pela queda na mortalidade e na desnutrição infantis registrada entre os anos de 1990 e 2010.
A falta de qualidade nos anos a mais de vida conquistados ocorre, principalmente, em função da ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), maior causa de óbitos no mundo nos dias de hoje, de acordo com o estudo. A publicação revela que maus hábitos alimentares e sedentarismo correspondem a 10% do adoecimento global. Somente o sobrepeso foi apontado como responsável por três milhões de mortes ao redor do mundo em 2010.
Os números da saúde dos brasileiros comprovam os resultados encontrados pela pesquisa. O Brasil teve, de acordo com a ONU, redução de 73% das mortes na infância desde 1990, enquanto o estudo aponta que as DCNT são responsáveis por 72% das causas de morte no Brasil.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, há um esforço no Brasil para manter a expectativa de vida e incorporar qualidade a esses anos que estamos ganhando.
- O Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, lançado em 2011, busca justamente uma resposta a esse cenário - afirmou.