Se nas últimas semanas seu filho torceu e vibrou com os atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Londres, aí está uma boa oportunidade para estimular a prática do esporte e, por consequência, afastá-lo um pouco do computador e do videogame.
Entre tantas modalidades, pode surgir a dúvida: em qual inscrevê-lo? É importante que os pais estejam atentos aos interesses da criança, aconselha a pediatra e diretora científica da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Helena Müller. Em caso de falta de entusiasmo na primeira tentativa, é preciso que outros esportes sejam apresentados até que se encontre o preferido. Alguns clubes e escolas particulares oferecem projetos em que as crianças podem aprender os fundamentos de vários esportes e identificar os próprios gostos.
Para o professor Ivan Basegio, o fundamental durante a infância é que a criança seja apresentada a muitas modalidades - porém, sempre priorizando o lado lúdico e recreativo. Isso vai auxiliá-la na adolescência, quando poderá praticar um esporte com maior afinco.
Os benefícios da prática esportiva são inúmeros: maior socialização, desenvolvimento da autoestima, prevenção da obesidade e do sedentarismo, mais habilidade para lidar com angústias, frustrações e perdas, melhora na coordenação motora e auxílio na disciplina comportamental.
- Na Olimpíada, todo mundo vê os atletas mostrando resultado, ganhando medalhas, mas isso não pode ser uma preocupação na infância, quando não pode haver nenhum tipo de pressão quanto à precisão técnica ou competitiva - conclui Helena.
O judô foi apresentado a Bruno Ramos Pinto, então com quatro anos, não apenas por ser uma possibilidade de exercitar os músculos, mas também a cabeça. Devido à postura, às reverências e ao silêncio antes e depois dos combates e ao respeito com os colegas, essa arte marcial é uma atividade que transmite um conceito de disciplina e concentração.
Desde então, Bruno desenvolveu apreço pelo esporte e, quatro anos depois, amarra na cintura uma faixa verde identificando a sua graduação e, no peito, uma medalha de ouro que ganhou em recente competição na Federação Gaúcha de Judô. Desde que começou a praticar o esporte, a melhora física e comportamental foi expressiva. Segundo o pai, a evolução pode ser identificada no condicionamento físico, no equilíbrio e na concentração.
Compare e escolha
Quanto custa a mensalidade? Onde se pratica? No que vai ajudar o meu filho? Essas são algumas das perguntas básicas que os pais se fazem para iniciar o filho em um esporte. Com cartas inspiradas no jogo Super Trunfo, o Meu Filho ajuda a responder algumas dúvidas. Basta você determinar o critério que mais pesa na hora da sua escolha - o custo, o local em que ele é oferecido ou quais são os benefícios que proporcionarão à criança. Mas ela também tem que gostar da modalidade.
O professor Airton Rombaldi, do Departamento de Desporto da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), alerta, no entanto, que uma sobrecarga de atividade física pode atrapalhar a vida escolar.
Um estudo ainda inédito a ser publicado até o final do ano pelo Journal of Adolescent Health e realizado na UFPel com 4,3 mil adolescentes mostrou que os que fizeram mais de mil minutos semanais de exercícios físicos apresentaram um índice de repetência escolar de 36% - o tempo ideal recomendado pela Organização Mundial de Saúde é de 300 minutos semanais. Rombaldi aponta que esse índice é frequente em garotos que jogam futebol em categorias de base. O cansaço relacionado ao excesso de treino faz com que deixem de ir à escola e, com isso, repitam de ano.
Escolha o esporte mais indicado para seu filho