Digna de moldura, a fotografia de um cometa capturada no Rio Grande do Sul tem chamado a atenção nas redes sociais. É o C/2024 G3 (ATLAS), cometa considerado o mais brilhante de 2025.
O impressionante registro foi realizado pelo caçador de cometas e tempestades Gabriel Zaparolli, 24 anos. A imagem foi feita na noite desta quarta-feira (22), por volta das 20h40min, na região da Estância das Flores, próximo a São José dos Ausentes, na serra gaúcha.
O fenômeno é originário da Nuvem de Oort e sua passagem foi uma oportunidade única de observação – ele só retornará às proximidades do Sol daqui a 160 mil anos.
O morador de Torres estava acompanhado do amigo – também astrofotógrafo – Gustavo Selau, na reta final de uma caçada de oito dias à melhor astrofotografia do cometa. A chegada ao local foi apressada, após um pneu furar e atrasar o trajeto.
Zaparolli e Selau correram para o alto de uma colina, em uma área sem poluição luminosa, e aguardaram alguns minutos até o cometa estar visível a olho nu – já mais difuso, devido à uma desintegração sofrida há alguns dias, conta o caçador.
Para obter o “detalhe único” das caudas que o cometa apresenta, Zaparolli utilizou quatro fotos com 120 segundos de exposição cada. O astrofotógrafo utilizou uma câmera Sony A7s2, com lente da Brightin Star, 50mm, F/0.95, com ultrassensibilidade.
Em seguida, utilizou um aplicativo para compilar as fotos e transformá-las em uma imagem. Foi realizado um tratamento básico no Lightroom para ajustar as cores e deixar o registro mais neutro, conforme Zaparolli.
"Melhor registro"
A baixa luminosidade do local proporciona esse tipo de registro, explica o professor Carlos Jung, diretor do Observatório Heller & Jung. As luzes da cidade tornam inviável conseguir uma fotografia como essa.
— Considero o melhor registro realizado do cometa até o momento. (A fotografia) É fantástica — avalia Jung.
Para Zaparolli, a sensação ao ver o resultado – o cometa mais lindo de todos até agora, em sua opinião – é de "dever cumprido":
— Foram mais de oito dias caçando e planejando lugares. Dessas oito tentativas, apenas quatro deram certo. Foram mais de mil quilômetros rodados pela serra gaúcha, mais pessoas conhecidas e mais histórias para contar os filhos e netos.