Melhorar as condições sanitárias da população ajudaria - e muito - a combater a bactéria Helicobacter Pylori (H. Pylori) no Brasil. Descoberta em 1979, a bactéria provoca alterações na mucosa gástrica, podendo provocar o aparecimento de úlceras no estômago ou no duodeno e até câncer. Complicações que poderiam ser evitadas com saneamento básico de qualidade.
- A prevalência é muito grande no Brasil e está diretamente ligadas às condições sanitárias, por falta de esgoto tratado, água canalizada ou alimentos contaminados - detalha o coordenador médico da Unidade de Endoscopia do Hospital Moinhos de Vento, Ismael Maguilnik.
Sob a coordenação de Maguilnik, especialistas se reúnem em São Paulo nesta sexta-feira e sábado para debater evoluções científicas no combate à H. Pylori, com o objetivo de formar o 3º Consenso Brasileiro de Helicobacter Pilory. Trata-se da formulação de um documento que reúna as principais conclusões de cada grupo de estudos na área: epidemiologia, diagnóstico, tratamento e investigações acerca de outros males que possam ser causados pela bactéria, externos ao estômago, como doenças de pele, por exemplo.
- Uma das dimensões visa a oferta de dados ao poder público para a elaboração de medidas de controle da bactéria no país, a outra é orientar os médicos sobre o manejo clínico da doença - explica Maguilnik.
O índice de pessoas infectadas pela H. Pylori no Brasil chega a 60%, com uma clara prevalência em regiões com piores condições sanitárias, conforme evidenciam estudos científicos. A infecção é assintomática, o que dificulta o diagnóstico. Cuidados básicos de higiene são recomendados como medida de prevenção.