
A modelo australiana Lucy Markovic morreu na última sexta-feira (11), aos 27 anos, em decorrência de uma malformação arteriovenosa cerebral (MAV), condição rara e potencialmente fatal.
Conhecida por desfilar para marcas como Armani, Versace e Oscar de la Renta, Lucy foi vice-campeã da nona temporada do Australia’s Next Top Model e construiu uma carreira de destaque no mundo da moda internacional.
A informação foi confirmada pela Elite Model Management, agência responsável pela carreira da modelo, e publicada nas redes sociais.
Em comunicado, a empresa lamentou a perda e destacou a trajetória de Lucy, descrevendo-a como "uma luz brilhante" que realizou o sonho de trabalhar com moda em alto nível.
O que é malformação arteriovenosa cerebral
A MAV cerebral é caracterizada por um emaranhado anormal de vasos sanguíneos que conecta diretamente artérias e veias, sem a intermediação dos capilares.
Em uma publicação feita semanas antes da morte — agora já apagada —, Lucy compartilhou que passaria por uma cirurgia para tratar a MAV, condição que descreveu como "do tamanho de uma bola de golfe". Ela revelou ainda que sofria convulsões há quatro anos em razão da doença.
A condição gera um desequilíbrio na pressão do fluxo sanguíneo e pode resultar em hemorragias, compressão de áreas do cérebro e outros efeitos neurológicos graves.
Quais os sintomas da MAV
Segundo a Beneficência Portuguesa de São Paulo, a MAV é uma condição congênita e costuma ser diagnosticada entre os 20 e 30 anos, idade de Lucy.
Muitas vezes, permanece assintomática por anos, sendo descoberta apenas em exames de imagem realizados por outros motivos. Quando há sintomas, os mais comuns são:
- Crises convulsivas
- Dor de cabeça intensa
- Perda de movimentos
- Alterações na visão e nos sentidos
- Déficits de memória
O diagnóstico pode ser feito por meio de ressonância magnética, tomografia ou angiografia cerebral digital — fundamental para mapear os riscos de hemorragia.
Tratamento depende do grau de gravidade
A gravidade da malformação é avaliada pela escala Spetzler-Martin, que varia de 1 a 5. A partir disso, é possível definir o tratamento mais adequado, que pode envolver microcirurgia, embolização (fechamento dos vasos por cateter) e radiocirurgia.
Nos casos mais simples (graus 1 e 2), a microcirurgia costuma garantir altos índices de cura. Já nos graus 4 e 5, são adotadas estratégias combinadas, e a abordagem pode variar conforme a localização e o comportamento da malformação.
Apesar de ser uma doença congênita, a MAV pode se romper diante de condições que elevam a pressão nos vasos sanguíneos cerebrais. Atividades físicas intensas, apneia do sono e o próprio ato de dormir com a cabeça baixa são fatores de risco conhecidos.