
Prefeitos e representantes de 17 municípios levaram ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o pleito por aportes adicionais de recursos para a região metropolitana de Porto Alegre. Padilha recebeu a comitiva gaúcha na noite desta terça-feira (8), na sede da pasta, em Brasília.
Diante da crise na saúde da Capital e em cidades próximas, que resulta na lotação de hospitais e aumento da fila de espera por consultas e exames, os prefeitos reivindicam recursos extras da União.
Além do quadro atual, o pedido leva em conta a proximidade do inverno, que tende a aumentar a procura por atendimentos hospitalares.
Padilha prometeu analisar a documentação entregue pelas prefeituras e dar resposta, mas não indicou prazo para o retorno.
O ministro ainda se dispôs a participar de uma reunião tripartite, que reúna representantes da prefeitura, do governo estadual e da União.
Melo falou em nome dos prefeitos
Além dos gestores municipais, 10 deputados federais do RS participaram da agenda, o equivalente a um terço da bancada gaúcha na Câmara. A reunião estava marcada para 18h, mas Padilha recebeu os prefeitos às 19h20min.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, falou em nome dos colegas e frisou a necessidade de aporte de recursos diante da demanda por serviços nos hospitais.
Melo afirmou que os municípios registraram queda de arrecadação e aumento de gastos na enchente e todos já aplicam na saúde índices superiores ao mínimo constitucional, de 15% do orçamento.
— O ministro foi sensível, nos ouviu com atenção e disse que dará uma devolutiva. Acredito que o diálogo e a construção são pilares importantes, porque o cidadão quer ver a dor dele resolvida — resumiu Melo.
Além do prefeito, o secretário da Saúde da Capital, Fernando Ritter, fez uma apresentação em que listou o investimentos dos municípios na saúde. Ritter apontou que, nos últimos cinco anos, o gasto das prefeituras com saúde cresceu 65%, quase o dobro da inflação registrada no período.
— Precisamos de um aporte extraordinário de recursos, como foi feito durante a enchente. O momento de comoção passou, mas ainda estamos vivendo as sequelas desse processo — afirmou Ritter.
Um dos organizadores do encontro, o deputado federal Luiz Carlos Busato (União Brasil) chegou a sugerir a federalização dos hospitais de Pronto-Socorro de Canoas e de Porto Alegre diante das dificuldades financeiras.
Capital pede R$ 17 milhões
Cada um dos municípios listou separadamente, em ofício, os pleitos ao Ministério da Saúde. No caso de Porto Alegre, houve duas solicitações de repasses financeiros:
- R$ 16,9 milhões, em aporte único, para custeio da Operação Inverno
- R$ 49,3 milhões adicionais por mês para custeio de serviços de média e alta complexidade