
O ministro Alexandre Padilha acompanhou, na manhã deste sábado (15), o mutirão de exames e cirurgias no Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre. A medida visa diminuir a fila de espera por procedimentos e reduzir tempo de diagnóstico e internação de pacientes do SUS.
Ao todo, o mutirão prevê realizar 339 atendimentos neste sábado — 88 cirurgias gerais, pediátricas, ginecológicas, ortopédicas, entre outras especialidades, e 251 exames, que incluem mamografias, biopsias de mama, e eletrocardiogramas.
Conforme o Ministério da Saúde, existe um potencial no GHC para reduzir em 50 dias o tempo médio entre a suspeita e a confirmação de diagnóstico de câncer. A média hoje é de 71 dias, e a expectativa é reduzir para 17.
O Hospital Conceição também inaugurou o serviço de radioterapia no Centro de Oncologia. Em 2024, 1.569 pacientes precisaram ser transferidos de instituição para esse tipo de tratamento. Com o equipamento, 700 pacientes poderão ser atendidos por ano no GHC.
— Era desconforto para o paciente e para a equipe médica. Muitas vezes o paciente começava a quimioterapia aqui de manhã e tinha que pegar transporte para fazer a radioterapia em outro lugar — relatou Padilha.
O ministro também prometeu um segundo equipamento para o GHC e outro para o Hospital de Clínicas, cada um com capacidade de mais 700 pacientes anuais.
À tarde, Padilha segue em agenda na Capital, com visita ao Complexo Hospitalar da Santa Casa.
Ministro diz que não ouviu reclamação de Melo
Questionado sobre a declaração do prefeito Sebastião Melo, que reclamou da gestão estadual e cogitou cortar serviços à população, Padilha disse que não ouviu a declaração:
— Eu não ouvi essa reclamação e estou à disposição, convidei todos os prefeitos para a nossa posse, tenho reunião marcada com o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), o Ministério está sempre a disposição.
O secretário municipal, Fernando Ritter, disse que conseguiu levar a demanda de Porto Alegre ao ministro.
— A gente conversou rapidamente com ele, acompanhou ele e nós vamos marcar reuniões próximas para falar sobre aumento de teto financeiro, habilitação de novos serviços e agilidade de processos que já estão no Ministério — disse.
Uma reunião foi marcada entre as secretarias municipal e estadual para a próxima terça-feira (18), às 17h.
Ritter também reforçou que a ampliação das consultas com especialistas é fundamental para desafogar emergências.
— Quem precisa fazer uma cirurgia ortopédica, que ela faça. Se não fizer, vai ter dor, e com dor ela vai procurar uma emergência — explicou.
A secretária estadual, Arita Bergmann, disse que não existe um impasse, mas sim um diálogo. E prometeu medidas em até 10 dias.
— Vamos apresentar uma proposta sobre a possibilidade de estarmos juntos na busca de uma solução quando o município perdeu receita em função das isenções de impostos. Por isso essa informação de que vai cortar recursos próprios na rede — destacou.