
Em meio a uma infestação de dengue que atinge a quase totalidade do Rio Grande do Sul, a vacina que imuniza contra a doença está em falta tanto em clínicas e farmácias privadas quanto na maioria dos municípios gaúchos. A previsão é de que novas dosem cheguem ao Estado até o final de abril.
Em meados de março, o imunizante já estava escasso: era encontrado em apenas 67 cidades do RS, o que representa pouco mais de 13% do total. Atualmente, não há uma lista atualizada da oferta nos municípios, mas a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirma que as doses estão disponíveis somente em "alguns". Naqueles que contam com estoque, a aplicação é exclusiva em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Em Porto Alegre, que decretou na quinta-feira (17) situação de emergência causada pela dengue, apenas duas unidades de saúde possuem vacina: a Álvaro Difini, no bairro Restinga, e a Santa Marta, no Centro Histórico. Não há previsão de normalização da oferta.
Cidade com o maior número de casos confirmados e também em situação de emergência, Viamão, na Região Metropolitana, ainda conta com doses – o motivo é que, após o decreto, o município recebeu imunizantes extras do Ministério da Saúde. Alvorada e Cachoeirinha também possuem.
Já em Gravataí, o estoque acabou. A expectativa da prefeitura é de que uma nova remessa chegue na próxima quinta-feira (24). Eldorado do Sul, por sua vez, não chegou a contar com a vacina – com um envio limitado, de 85 mil doses, nem todos os municípios foram contemplados.
Conforme a SES, a promessa é de que uma nova remessa chegue ao Rio Grande do Sul até o final de abril. A expectativa, porém, é de que a leva chegue antes disso.
Hospital de campanha
Em Porto Alegre, para dar conta da epidemia de dengue, um hospital de campanha começou a operar no final da tarde de quinta-feira. Até as 19h desta sexta-feira (18), 120 pessoas com sintomas da doença já haviam sido atendidas no local.
A estrutura funciona 24 horas e fica ao lado da Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar, na Zona Norte. No total, o espaço tem capacidade de atender 30 pessoas por vez. O atendimento consiste em fazer a hidratação via oral ou por soro, medida que previne que a doença se agrave.