Com o objetivo de implantar serviços especializados de referência em saúde da mulher pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o programa SERMulher deve fornecer 6,5 mil novas consultas quando os 18 ambulatórios previstos estiverem operando, conforme a Secretária adjunta de Saúde do RS, Ana Costa. O programa foi lançado em dezembro pelo governo do Estado.
De acordo com Ana, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (9), seis deles já foram selecionados e começarão a funcionar até março em Sapucaia do Sul, Tenente Portela, Pelotas, Bagé, Teutônia e Osório.
A secretária adjunta também confirmou que o processo para a implantação de outros 12 será aberto ainda neste mês, para que prefeituras e hospitais apresentem projetos e possam receber o investimento.
O incentivo estadual para implantação é de R$ 200 mil, em parcela única, e R$ 125 mil mensais para custeio, somando um investimento superior aos R$ 30,6 milhões anuais.
O programa prevê a oferta de 140 novas consultas por ambulatório, sendo 108 em Ginecologia e 32 em Mastologia. Considerando os 18 serviços, serão 2.520 novas consultas médicas mensais.
Os atendimentos com equipe multiprofissional (assistente social, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo) terão 216 consultas por mês, totalizando 3.888 agendamentos mensais pelo Estado.
A quantidade de exames também será estendida para 11.610 mensais, com 645 procedimentos em cada ambulatório. Entre os serviços estão biópsias de endométrio, colo uterino e mama. As mulheres serão encaminhadas pela regulação das unidades básicas de saúde, concentrando orientações e tratamentos em um mesmo local.
— Hoje o paciente vai na unidade de saúde, depois vai para uma consulta, depois espera um exame, então ele faz um caminho que muitas vezes gasta tempo e um tempo precioso dependendo do tipo de dificuldade que tiver falando na saúde dessa mulher. Então esse é o espaço que vai navegar nessa rede — salientou Ana Costa.
O atendimento será ambulatorial especializado em linhas de cuidado da saúde da mulher como câncer de colo do útero, câncer de mama, endometriose, miomatose, infertilidade, planejamento reprodutivo e climatério.
— Não podemos esquecer que o Rio Grande do Sul ainda conta com muitos óbitos, muitos diagnósticos tardios nessa área e é isso que estamos tentando evitar — reforça Ana Costa.
De acordo com o Boletim Epidemiológico do Câncer de Mama no Rio Grande do Sul, publicado em outubro do ano passado, o Estado teve em 2023 5.038 casos novos, o equivalente a uma taxa de incidência de 89,53 a cada 100 mil mulheres.
O dado representa uma redução de 1,6% no número de registros entre 2022 e 2023. Em relação à mortalidade, a série histórica mostrou que, em 2023, foram 1,5 mil óbitos, enquanto que em 2022 foram 1.435.
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Confira os locais onde os serviços já estão confirmados
- Sapucaia do Sul: Clínica de Saúde da Mulher
- Tenente Portela: Associação Hospitalar Beneficente Santo Antônio
- Pelotas: Hospital Universitário São Francisco de Paula
- Bagé: Santa Casa de Caridade
- Teutônia: Associação Beneficente Ouro Branco
- Osório: Associação Beneficente São Vicente de Paulo