O governo gaúcho negou nesta quarta-feira (27) o pedido de adiamento da assinatura do contrato entre o Estado e as novas gestoras dos hospitais de Cachoeirinha e Alvorada, na Região Metropolitana. A resposta do Executivo gaúcho, por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), reitera que a futura administradora do Hospital de Alvorada, Associação Beneficente João Paulo II, do Recife, assume a instituição de saúde no dia 1º de abril.
O Estado também confirma que o Hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul, assume a gestão do Hospital Padre Jeremias, de Cachoeirinha, no dia 8 do próximo mês. O contrato é válido por 180 dias.
Na terça-feira (26), seis sindicatos que representam trabalhadores da saúde pediram a suspensão da assinatura do contrato entre o governo do Estado e as gestoras. A oferta era de um adiamento temporário até que as negociações com a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC), que hoje administra os dois hospitais, fossem concluídas.
Com a resposta do Estado, agora os sindicatos avaliam junto aos funcionários dos hospitais a deflagração de greve a partir de segunda-feira, 1º de abril.
Nesta quarta, profissionais do Hospital Padre Jeremias entraram em acordo quanto à adesão à greve. No entanto, uma assembleia com trabalhadores do Hospital de Alvorada está marcada para às 14h desta quinta-feira. É após ela que, se optarem pela paralisação, um edital oficializando a decisão dos profissionais de saúde de ambas as instituições deve ser encaminhado para publicação até sexta-feira (29).
O motivo para entrar em greve é a preocupação dos trabalhadores quanto ao não pagamento das rescisões contratuais, devido ao fato de a Fundação Universitária de Cardiologia estar em recuperação judicial. No entendimento dos sindicatos, o Estado é corresponsável pelo pagamento das rescisórias caso a instituição não possua condição de aportar os valores.
Uma nova mediação entre sindicatos, governo e fundação está prevista para ocorrer no dia 4 de abril no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4).
Quanto à possibilidade de auxílio no pagamento das verbas rescisórias, o Estado informou que se mantém aberto à negociação a partir de dados abertos do valor, bem como de formulação de proposta pela Fundação de Cardiologia. Ao todo, os hospitais de Alvorada e Cachoeirinha possuem quase 900 profissionais, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sindisaúde-RS). Não há garantia clara de que todos serão absorvidos pelos novos gestores.