O Ministério da Saúde (MS) informou nesta quarta-feira (23) que vai solicitar ao laboratório Pfizer o cronograma de envio dos lotes com as novas vacinas bivalentes, aprovadas pela Anvisa na terça-feira (22) para uso emergencial contra a covid-19. O imunizante atualizado foi adaptado para garantir uma proteção maior contra subvariantes da Ômicron.
Ainda conforme o MS, a estratégia de aplicação do imunizante está em processo de definição no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do governo federal. Uma nota técnica deve ser enviada aos Estados nos próximos dias com as orientações para a aplicação da vacina e o cronograma de distribuição. A Pfizer ainda não divulgou um prazo, mas estima que a chegada das novas doses ao Brasil ocorra nas próximas semanas.
Enquanto isso, a pasta ressalta que as atuais vacinas oferecidas continuam efetivas contra as formas graves da doença, e reforça a importância de manutenção do esquema vacinal completo.
Em nota, a Pfizer confirmou que os estudos clínicos mostraram que as vacinas bivalentes tiveram "resposta imunológica robusta" para as variantes Ômicron em circulação (BA.1 e BA.4/BA.5), e para outras variantes, como o vírus original. A empresa ainda garantiu que as vacinas bivalentes também mantêm bom perfil de segurança e tolerabilidade.
As vacinas bivalentes virão com uma tampa de cor cinza, diferente das atuais, para ajudar na diferenciação. Outra novidade é que a nova versão não precisará de diluição para ser aplicada.
Em resposta a GZH, a Anvisa confirmou que, após analisar e aprovar o pedido, seguirá participando do monitoramento durante aplicação.
O que são as vacinas bivalentes
Os novos imunizantes são mais atualizados e contêm uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2. Com isso, a vacina pode garantir uma proteção mais ampla contra outras variantes. Elas foram modificadas e apresentam duas versões: a Cominarty BA.1 e a Cominarty BA.4 e BA.5. As vacinas bivalentes da Pfizer já são usadas nos Estados Unidos, no Chile, no Canadá e na Europa.
Conforme destacado pelos diretores da Anvisa durante votação nesta terça-feira, os dois imunizantes alterados são indicados para dose de reforço, e não para o esquema primário, e orientados para a terceira dose de reforço na população acima de 12 anos de idade.
A vacina bivalente da Pfizer, porém, ainda não possui proteção específica contra as subvariantes BQ.1 e XBB, ambas da linhagem da Ômicron, que mais preocupam autoridades sanitárias ao redor do mundo atualmente.