Dois meses depois de enfrentar um momento muito difícil no sistema de saúde, chegando a mais de 180 vítimas de coronavírus por dia, Manaus vive uma realidade diferente. Nas últimas semanas, a capital do Amazonas tem registrado estabilidade nos índices de ocupação hospitalar, com cerca de 50% de ocupação dos leitos clínicos e 65% de ocupação de leitos de UTI. Os números de um momento de caos, no entanto, ainda estão vivos na memória de David Almeida, prefeito do município.
— Tínhamos sepultamento diário de mais de 200 pessoas. Para se ter uma ideia, perdemos 276 funcionários da prefeitura para o coronavírus. Hoje vivemos um momento diferente, mas não podemos relaxar. Tenho 1,2 mil servidores, e quase mil estão afastados. É claro que manter as pessoas em casa gera um prejuízo, mas não tem o que ser feito além de isolamento social e vacina. São medidas duras, os governantes vão pagar o preço, mas o resultado é isso que estamos vivenciando agora — disse o prefeito em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade nesta sexta-feira (26).
Apesar dos números de casos e óbitos terem apresentado redução, Manaus continua com toque de recolher e shoppings funcionando até as 20h. De acordo com Almeida, os parques da cidade irão reabrir apenas na próxima segunda-feira (29) com horários restritos e número reduzido de visitantes. As escolas ainda estão fechadas, e a previsão é de que as aulas retornem em abril, de forma híbrida – a prefeitura pretende retornar à normalidade só quando todos os professores estiverem vacinados.
Mais de 10% da população de Manaus já está vacinada. Segundo o prefeito, a ideia é iniciar na próxima semana a imunização de pessoas entre 55 e 59 anos com comorbidades.
Com o agravamento da pandemia pelo país, a cidade tem recebido pacientes de outros Estados, principalmente do Acre e de Rondônia.
— O Brasil devia ter aprendido com Manaus, mas vejo que a situação do nosso país se agravou. Mas nós fomos ajudados quando precisamos, então também vamos ajudar.