A segunda etapa da pesquisa inédita para mapear o coronavírus na população do Rio Grande do Sul teve início neste sábado (25). Essa fase do estudo, coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), estende-se até segunda-feira (27). Nestes dias, a meta é realizar 4,5 mil testes e entrevistas em nove municípios do Estado.
As cidades onde estão sendo realizadas as coletas são Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Uruguaiana. A pesquisa tem o apoio das secretarias de saúde, centros de vigilância epidemiológica e órgãos de segurança pública dos municípios. O estudo foi encomendado pelo governo estadual. O resultado desta etapa do levantamento deve ser apresentado pelo governador Eduardo Leite até quarta-feira (29).
Segundo a UFPel, são 450 entrevistadores, sendo cerca de 50 por município. A universidade reforça a importância de os moradores receberem os profissionais e participarem da pesquisa, que busca entender a dimensão do vírus no Estado e serve para embasar estratégias de saúde pública.
Na primeira fase, entre os dias 11 e 13 de abril, foram testadas 4.189 pessoas, pois parte dos pesquisadores teve dificuldade de ingressar em algumas residências. Das testagens, duas deram resultado positivo para o vírus. O levantamento possibilitou estimar que havia naquele momento 5.650 pessoas infectadas pelo coronavírus no RS, apesar de os dados oficiais indicarem atualmente 1.096 casos confirmados e 34 mortes. As próximas fases do estudo estão programadas para 9 a 11 de maio e 23 a 25 de maio.
Como funciona
- Todos os entrevistadores — profissionais voluntários da área de saúde — têm identificação do estudo e vestem equipamentos de proteção individual — máscaras, óculos, luvas e jalecos.
- Durante a visita às casas sorteadas, os entrevistadores aplicam um breve questionário e coletam uma amostra de sangue (uma gota) da ponta do dedo do participante, que será analisada pelo aparelho de teste em aproximadamente 15 minutos.
- O teste rápido detecta a presença de anticorpos, que são defesas produzidas pelo organismo somente depois de sete a 10 dias da data de contágio pelo vírus. Dentro desse período, o resultado pode apontar negativo, mesmo que a pessoa tenha contraído o coronavírus.
- Em caso de resultado positivo, os participantes recebem um informativo com orientações e, em seguida, são contatados para acompanhamento e suporte da secretaria de saúde local.
Parceiros
São parceiras do projeto a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, a Universidade de Santa Maria, a Universidade Federal do Pampa, a Universidade Federal do Rio Grane do Sul, A Universidade do Vale dos Sinos, a Universidade de Caxias do Sul, a Imed, a Universidade Federal da Fronteira Sul, a Universidade de Passo Fundo, a Universidade de Santa Cruz do Sul e a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. O estudo tem apoio do Ministério da Saúde, da UNIMED de Porto Alegre, do Instituto Floresta e do Instituto Serrapilheira.