
Uma técnica que tem sido oferecida por alguns spas do Exterior tem chamado atenção de celebridades e despertado a crítica de especialistas. Intitulado de "vaporização vaginal", o método consiste em sentar sobre um recipiente com água quente misturada com ervas, como malva, alecrim e camomila.
Conhecida pela prática de terapias alternativas, a britânica Claire Stone diz que é adepta da vaporização há oito anos:
— E tenho oferecido para minhas clientes há quatro — disse à BBC.
Quem também defendeu o procedimento há alguns anos foi a atriz Gwyneth Paltrow — já famosa pelo seu site, Goop, que foi acusado de vender produtos sem respaldo científico. A modelo e autora Chris Teigen foi outra que aderiu ao vapor na região íntima. Em uma postagem no Instagram, ela escreveu: "Não sei se algum deles funciona, mas não machuca, certo?".
Na teoria, a vaporização teria propriedades desintoxicantes, de tonificação, limpeza do útero e reequilíbrio hormonal. Porém, na prática, não é bem assim.
De acordo com o ginecologista Desidério Fulber, do Hospital Fêmina, de Porto Alegre, a técnica não tem nenhum efeito positivo para a saúde. E pior, pode prejudicá-la:
— Ela altera a flora bacteriana vaginal normal, facilitando patologias como a candidíase.
E mais: não há nenhuma evidência que garanta a segurança do procedimento:
— Esta prática não se trata de um procedimento médico reconhecido. Não há comprovação científica de qualquer benefício — enfatiza o chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento, Marcos Wengrover Rosa.
Fulber também rebate as descritas "propriedades desintoxicantes e tonificantes" e classifica como "sem sentido" a declaração de que a vaporização teria algum efeito no reequilíbrio hormonal:
— Aumentar o tônus é com exercícios pélvicos. Não façam em casa (a vaporização), pois não há vantagem nenhuma — sugere.
Sem comprovação da ciência, a orientação mais segura é procurar um médico antes de se submeter a qualquer técnica alternativa.