
Um painel reunindo representantes do Poder Legislativo do Estado, da prefeitura de Porto Alegre e do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) marcou, nesta segunda-feira (11), o primeiro ato oficial do Dezembro Vermelho no Rio Grande do Sul — mês em que devem passar a se destacar ações voltadas à prevenção do HIV/aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Coordenado pelo deputado estadual Pedro Ruas (Psol), o painel chamou atenção para o fato de que o Rio Grande do Sul está entre os Estados com maior índice de casos de HIV detectados na população, e Porto Alegre é a capital com maior taxa de detecção do vírus entre seus habitantes.
— Porto Alegre e o Rio Grande do Sul estão na dianteira dos casos de HIV no país. Precisamos chamar atenção para isso. É o que propomos com o Dezembro Vermelho, inspirado em bem-sucedidas iniciativas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul — declarou o deputado.
Coordenadora da Política Municipal de Saúde Integral LGBTQI+ na Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, Simone Ávila, uma das convidadas do painel, destacou que a população infectada pelo HIV ainda é, em grande parte, desconhecida, o que dificulta a tomada de ações de prevenção.
— Não temos total conhecimento dessa população. Só temos alguns dados sobre quem vive hoje com HIV. Por isso estamos elaborando uma política municipal, que terá como um dos próximos passos iniciar uma pesquisa nas unidade básicas de saúde, com início previsto até janeiro, para entendermos melhor quem são essas pessoas — destaca Simone, doutora em Ciências Humanas na área de Estudos de Gênero pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Outro convidado, Angelo Brandeli, coordenador do Grupo de Pesquisa Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) destacou a necessidade de trabalhar a prevenção através do maior acesso à informação.
— Que essa campanha sirva de alerta, que reforce o papel da saúde e do aconselhamento no que se refere ao direito à educação para todos. Que não ignoremos mais quantas pessoas morreram por causa da infecção do HIV — afirmou Brandeli.
O objetivo do Dezembro Vermelho — sancionado no Estado, em agosto, por meio da lei 15023/2017 — é envolver a sociedade civil em atividades que contribuam para a redução de casos, a conscientização sobre os meios capazes de evitar a contaminação, de como tratar os pacientes e ajudar a combater o preconceito.