
A prefeitura de Viamão, na Região Metropolitana, assinou nesta terça-feira (25) um decreto de emergência em decorrência da explosão de casos de dengue no município. São ao menos 550 casos da doença ativos no momento, um aumento de mais de 450% em relação ao ano passado, segundo prefeitura.
Conforme o prefeito Rafael Bortoletti (PSDB), o decreto pede auxílio do Exército Brasileiro para a limpeza da cidade, assim como a instalação de um hospital de campanha. O documento também solicita recursos ao governo federal para a contratação de profissionais da saúde para atuação emergencial na cidade.
A priorização para o recebimento de doses da vacina e a ampliação na rede de saúde para o atendimento dessa demanda de casos de dengue também foram requeridos.
— Eu preciso aumentar as equipes da cidade. Eu estou com a UPA com no mínimo 50% da capacidade comprometida por causa da dengue. Nós precisamos de mais capacidade e velocidade para não comprometer os nossos serviços de saúde — ressaltou o prefeito.
Uma equipe do Exército deve visitar o município na quarta-feira (26) para verificar a possibilidade de instalação de uma hospital de campanha na cidade.
Aumento de casos motivou decreto
Segundo a secretária de Saúde do município, Michele Galvão, são ao menos 550 casos ativos da doença no momento. No acumulado do ano, a cidade registrou 865 casos, o que está causando uma sobrecarga no sistema de saúde. Nenhum óbito foi contabilizado no município em 2025.
— Os nossos casos aumentaram em 451% em relação ao mesmo período de 2024. No ano passado, na semana epidemiológica 12, que é a semana que estamos agora, tínhamos um acumulado de 157 casos. Agora, o acumulado é de 865 casos. Esse aumento exponencial é o que faz a gente tomar a medida de decreto de emergência em saúde pública — ressalta a secretária.
A prefeitura acredita que o descarte irregular de lixo possa ter relação com o aumento da doença na cidade, principalmente nos bairros Vila Augusta, Santa Cecília, e Parque Índio Jari. Por isso, o auxílio do Exército na limpeza da cidade é uma das medidas solicitadas para conter o avanço da dengue.

A crise no recolhimento do lixo, ocorrida entre o final do ano passado e o começo deste, é outro fator apontado pela prefeitura. O recolhimento de resíduos contou com episódios de atrasos na cidade em razão de uma disputa sobre contrato de licitação.
Medidas já foram tomadas
Conforme o prefeito Rafael Bortoletti e a secretária de Saúde Michele Galvão, diversas ações estão sendo feitas desde fevereiro na cidade para evitar a proliferação do mosquito da dengue:
— Quando nós observamos o aumento dos casos, lá no dia 8 de fevereiro, começamos mutirões de combate à dengue, com agentes comunitários. Também fizemos a aplicação de inseticida nas ruas, com apoio da Secretaria Estadual de Saúde, e borrifação domiciliar — resumiu a secretária.
Além disso, vacinas foram levadas para aplicação em escolas das regiões com surto da doença para ampliar a cobertura vacinal da cidade. Atualmente, apenas 38% do público-alvo da imunização foi vacinado.
— Fizemos ações junto da Secretaria de Obras para eliminar os focos de descarte regular de lixo e implantamos o pronto-atendimento na unidade de saúde Augusta Meneguine para pacientes com sintomas de dengue das 8h até as 20h — concluiu a secretária.
Projeto de lei
De acordo com o prefeito, uma lei foi remetida à Câmara de Vereadores de Viamão nesta terça-feira (25) para garantir a aplicação de uma multa no valor de R$ 5 mil para quem descartar irregularmente lixo pela cidade. Essa seria mais uma providência para combater a disseminação da dengue na cidade.