A recuperação da orla de Ipanema, na zona sul de Porto Alegre, completou cinco meses nesta segunda-feira (10) com 46% dos trabalhos executados. Afetada pela enchente de maio do ano passado, a região passa por obras de melhorias e adaptações que irão auxiliar na contenção de futuras cheias. A previsão inicial era de que o serviço fosse concluído em junho, mas a finalização ficará para o mês seguinte, julho.
O trabalho, iniciado no dia 10 de outubro, percorre dois quilômetros da Avenida Guaíba — desde a Rua Déa Coufal até a região dos Arcos de Ipanema —, que está repleta de maquinários, pedras e buracos na areia.
O antigo muro da orla foi totalmente destruído e uma nova contenção de concreto está sendo construída. A estrutura fica 45 centímetros acima do nível do calçadão. A medida foi pensada para quebra de ondas em momentos de cheia e avanço das águas do Guaíba. O novo muro ainda poderá ser utilizado pela população como banco para descanso.
Conforme o arquiteto Alex Souza, coordenador do Eixo de Recuperação de Infraestrutura no Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática, a obra irá recuperar a região e reforçar o sistema de contenção das águas:
— A ideia é refazer a contenção de forma mais forte, com material resistente aos impactos da água. A região acaba sendo afetada diretamente pelo avanço do Guaíba. O antigo muro já estava com diversos pontos quebrados. Mas esse serviço não faz parte do sistema de cheias. Isso segue em estudo para contemplar toda a região sul.

Após a instalação total da contenção, o trecho passará por pavimentação, acessibilidade e revitalização. O planejamento prevê que o calçadão seja trocado e alargado para ampliar a circulação de pedestres.
Novas áreas verdes serão inseridas, como forma de retenção da água da chuva e redução das temperaturas. Para amenizar o impacto das ondas, serão preservados e reestruturados os espaços com mata ciliar que ficam na faixa de areia.
O trabalho é realizado pela empresa Âmbar, com investimento de R$ 9,42 milhões. Outros R$ 490,9 mil foram destinados à empresa que de supervisão e fiscalização dos serviços. O recurso é de contrapartida da construtora Multiplan, que está construindo um empreendimento na Zona Sul com investimento previsto de R$ 5 bilhões em 10 anos.