
Todas as emergências para adultos do Sistema Único de Saúde (SUS) de Porto Alegre operam com superlotação nesta sexta-feira (7). O cenário é encontrado nos seis hospitais e nas quatro unidades de pronto atendimento da Capital.
Diante do cenário, ao menos três instituições restringiram os atendimentos e recebem somente casos com risco de morte.
O pior quadro é no Hospital São Lucas da PUCRS. De acordo com a instituição, por volta das 18h o hospital atendia com 340% da capacidade, ultrapassando todos os limites de ocupação nos 10 leitos disponíveis, e operando com restrições.
A Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Nossa Senhora da Conceição também restringiram os atendimentos em razão da superlotação. Durante a tarde, 60 pacientes eram atendidos nos 28 leitos da Santa Casa. Os hospitais de Clínicas, Restinga e Instituto de Cardiologia também operam acima da capacidade.
Unidades superlotadas
Além disso, todas as unidades de pronto atendimento da Capital registram superlotação, acima de 300%, conforme o painel de atualizações da prefeitura. O cenário mais crítico está na da Bom Jesus, que possui sete leitos, mas tinha 32 pacientes em observação ou internados. Outras 22 pessoas aguardavam atendimento.
Na zona norte de Porto Alegre, a Moacyr Scliar, eram 51 pacientes atendidos em 17 leitos e outras 66 pessoas aguardavam por consultas. Situação semelhante foi detectada pela reportagem durante a manhã.
O que diz a prefeitura
Segundo a Secretaria de Saúde de Porto Alegre, a rede está sobrecarregada devido ao fechamento de unidades na Região Metropolitana e ao aumento de pacientes que buscam atendimento mesmo em casos de menor gravidade. Nestes casos, a orientação à população é procurar os postos de saúde.
Leia a nota na íntegra:
“A Secretaria Municipal de Saúde informa que a procura pelos prontos-atendimentos da Capital e UPA Moacyr Scliar tem sido motivada por uma ampla variedade de sintomas clínicos, respiratórios, digestivos, cardiovasculares e dermatológicos.
No entanto, observa-se que muitos desses casos são de menor gravidade e poderiam ser atendidos nas unidades de saúde, evitando a sobrecarga dos serviços de urgência e emergência. Os prontos-atendimentos são destinados prioritariamente a situações de urgência e emergência, seguindo o Protocolo de Manchester, que classifica a gravidade dos pacientes e garante que os casos mais graves sejam atendidos primeiro. Diversas unidades de saúde contam com horários diferenciados, entre 18 e 22 horas. Os canais do 156 ajudam a esclarecer dúvidas.
Os leitos clínicos de enfermaria são os mais demandados pela UPA e pelos PAs, e a taxa de ocupação de 90% indica que a maioria dos leitos está ocupada, resultando em dificuldades para acomodar novos pacientes e aumentando o tempo de espera.
Cabe ressaltar que a demanda aumentou ainda mais com o fechamento de serviços na região metropolitana, fazendo com que as pessoas procurem a Capital. Mais de 40% dos atendimentos da UPA Moacyr Scliar são da Grande Porto Alegre e outros mais de 15% nos demais prontos atendimentos (Cruzeiro do Sul, Bom Jesus e Lomba do Pinheiro)”.