
A polícia de São Paulo prendeu na tarde deste sábado (8) um dos suspeitos do assassinato de Vitória Regina de Sousa, em Cajamar. Maicol Antonio Sales dos Santos, dono do veículo prata visto na cena do crime, teve o pedido de prisão temporária, por 30 dias, acolhido pela Justiça. As informações são do g1.
Conforme a decisão, a prisão foi decretada devido aos fortes indícios de envolvimento no assassinato, além das contradições no depoimento de Maicol. Testemunhas ouvidas durante a investigação relataram que o carro foi visto na cena do crime e ocorreram movimentações suspeitas na sua residência na data do desaparecimento da jovem.
No depoimento à polícia paulista, Maicol afirmou que em 26 de fevereiro, noite do crime, estava em casa com a esposa. No entanto, a esposa informou ter passado a noite com a mãe e que às 23h30 recebeu uma mensagem de boa noite do suspeito.
Vizinhos de Maicol informaram uma movimentação incomum naquela data, com o carro entrando e saindo várias vezes da garagem. O Toyota Corolla do suspeito passou a noite dentro da garagem, o que era incomum, pois o carro passava as noites estacionado na rua.
A polícia pediu também a prisão temporária de Daniel Lucas Pereira, segundo suspeito de participar da morte de Vitória, porém a Justiça acolheu somente o pedido de busca e apreensão em sua casa.
Conforme a decisão da Justiça, a conexão direta de Daniel com o fato é uma foto no veículo dirigido por Maicol. Além disso, o depoimento do suspeito foi considerado colaborativo e sem indícios de obstrução da investigação.
A autorização para busca e apreensão também se estende a residência de Maicol para localizar armas e outros objetos relacionados ao crime. A quebra do sigilo do dispositivos eletrônicos apreendidos também foi autorizada.
Desaparecimento
Vitória desapareceu depois de deixar o trabalho, no restaurante de um shopping, em Cajamar, na noite de 26 de fevereiro. Imagens de câmeras de monitoramento mostram a adolescente caminhando pela rua até o ponto de ônibus. No local, ela conversa com uma amiga. Segundo testemunhas, Vitória foi seguida por um carro com quatro rapazes após descer do ônibus.
Antes de desaparecer, a adolescente enviou áudios para uma amiga aos prantos, contando que temia pela própria segurança e que havia sido assediada pelos homens que estavam no carro.
O corpo da jovem foi encontrado por um cão farejador da Guarda Civil Municipal a cerca de 5 quilômetros de distância da casa onde ela morava com a sua família, na zona rural de Cajamar, Grande São Paulo.
De acordo com a Guarda Civil Municipal, a adolescente tinha ferimentos profundos na garganta. O corpo estava nu e parcialmente esquartejado, sinais indicativos de crueldade. Os cabelos longos dela tinham sido raspados e os braços estavam amarrados com uma fita plástica.
Como o corpo pode ter permanecido um certo tempo no local, há também a hipótese de que alguns ferimentos tenham sido causados por animais.
Os agentes que participaram das buscas acreditam que Vitória foi mantida em cativeiro por alguns dias, antes de ter o corpo levado para o local de mata, entre a Estrada Francisco Missé e a João Felix Domingues, próximo ao Sítio São Pedro.
Os familiares de Vitória reconheceram o corpo pelas tatuagens e pelo piercing que ela usava.