
Neste sábado (29), milhares de porto-alegrenses se reuniram no Parque da Redenção para participar do tradicional Baile da Cidade. O evento integrou as comemorações pelos 253 anos de Porto Alegre, completados na última quarta-feira (26).
A festa se iniciou às 15h, com apresentação da DJ Carol Teodoro, e segue até perto da meia-noite. Artistas de diferentes segmentos passaram pelo palco montado pela prefeitura nas proximidades do espelho d'água.
Ao longo da tarde, o evento recebeu manifestações culturais diversas, do samba às danças tradicionais gaúchas, incluindo uma roda de capoeira e um tributo à banda Charlie Brown Jr, apresentado pelo grupo Visionários.
Por volta das 18h, o conjunto tradicionalista Alma Gaudéria conduziu a festa ao som de vaneiras, xotes, chamamés e outros ritmos típicos do Estado. No repertório não o faltaram clássicos do cancioneiro gaúcho, a exemplo da música Sou do Sul, cantada pela plateia a plenos pulmões.

Já com Gritos de Liberdade, um de seus maiores sucessos autorais, o Alma Gaudéria fez jus ao nome do evento — que virou, de fato, um baile. O casal Amanda Santos, 43 anos, e Valmir Meireles, 49, aproveitou o embalo para desenferrujar os passos aprendidos anos atrás, quando os dois fizeram um curso de dança em um CTG da zona norte da Capital.
— Fazia muito tempo que não dançávamos, mas o clima está tão bom, que nos sentimos à vontade e decidimos arriscar — comentou Amanda, elogiando, também, a variedade de atrações musicais do evento. — Está muito legal, com opções para todos os gostos. Uma festa linda, como a nossa Porto Alegre merece.
O festejo seguiu com a rapper Negra Jaque, que levou a cultura hip hop ao Baile da Cidade. Dos tradicionalistas aos roqueiros presentes na plateia, ninguém resistiu às rimas potentes cantadas pela artista, que exaltou força da população negra e periférica da Capital.

Perto das 20h30min, com a noite já estabelecida, subiu ao palco a Banda Municipal de Porto Alegre, que completa 100 anos neste 2025. Os cerca de 40 músicos que integram a orquestra, regida neste sábado pelo maestro Wilthon Matos, apresentaram peças clássicas da música de concerto, mas também do cancioneiro popular brasileiro.
Após o número inicial, o roqueiro Nei Lisboa se uniu à orquestra. Artista que tem sua trajetória musical intimamente ligada à Capital, Nei interpretou sucessos autorais como Berlim, Bom Fim e Por Aí, acompanhado pelos instrumentistas da Banda Municipal.
A apresentação foi o que levou à Redenção a terapeuta Luciana Basin, 58 anos, e o consultor de vendas Paulo Roberto Basin, 68. Prestes a completar 40 anos de casados, eles contam que Nei Lisboa fez parte da juventude de ambos, que viveram a era de ouro do rock gaúcho, em meados dos anos 1980.
O casal vibrou com o show do ídolo e disse esperar ver mais eventos como o deste sábado na cidade.
— É uma oportunidade para as famílias se reunirem e a população aproveitar o espaço público. Poderíamos ter mais shows assim, com artistas gaúchos, em outras ocasiões do ano, não somente no aniversário. Seria muito bom para a cidade — opinou Luciana.
Além das atrações musicais, o público também aproveitou a feirinha que foi montada nas margens laterais do espelho d'água, com venda de artesanatos, roupas e outros itens. Também não faltaram opções de alimentos e bebidas. Do churrasquinho ao pastel, passando também pela cerveja artesanal, a oferta era vasta.

Contudo, os amigos Juliane Vasconcelos, 23 anos, e Maikel Silva, 21, moradores da Lomba do Pinheiro, preferiram levar bebidas de casa. Munidos de um cooler, eles preparavam um drinque que consite na mistura de vodka, energético e gelo.
Segundo Maikel, a intenção foi economizar, porque, a esta altura do mês, o dinheiro está apertado. Ainda assim, os amigos não queriam deixar de prestigiar a festa.
— Sempre que tem eventos assim na cidade, a gente dá um jeito de vir. Hoje, viemos na intenção de curtir o Papas da Língua, mas todos os shows estão legais — disse Maikel.
A banda formada por Serginho Moah (voz e violão), Leo Henkin (guitarra e violão), Zé Natálio (baixo) e Fernando Pezão (bateria) é a responsável por encerrar as comemorações pelos 253 anos da Capital. Os artistas devem se apresentar por volta das 23h.
Antes, ainda passam pelo palco as escolas de samba Mocidade da Lomba do Pinheiro, campeã do Carnaval 2025 pelo grupo bronze; União da Tinga, vencedora entre as agremiações do grupo prata; e Imperadores do Samba, grande campeã da folia porto-alegrense neste ano.