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A comitiva do governo do Estado e da prefeitura de Porto Alegre conheceu, nesta terça-feira (25), parte das estruturas de defesa contra a chuva adotadas pela cidade de Roterdã, na Holanda. Um dos pontos que mais chamou a atenção dos visitantes foi o número de casas de bombas da cidade: 1 mil. Porto Alegre, por outro lado, conta com 23.
As duas cidades usam estratégias diferentes. Roterdã tem, entre os seus 1 mil equipamentos, casas de bombas menores e menos potentes, destinadas a retirar a água de ruas ou quarteirões. Porto Alegre, por outro lado, trabalha com estruturas maiores e que estão em processo de revisão após falharem nas enchentes de maio de 2024.
Durante a apresentação que fez aos gaúchos nesta quarta, a prefeitura de Roterdã deu mais destaque à inovação na contenção de cheia e menos ao bombeamento já estabelecido na cidade que abriga o maior porto marítimo da Europa. O novo em Roterdã é abrir espaço para a natureza.
A primeira iniciativa apresentada envolve uma quadra de esporte que, quando há chuvas intensas, funciona como reservatório de água, evitando alagamentos na região. A quadra foi construída abaixo do nível das ruas. Assim, por gravidade, em dias de possível alagamento, a quadra esportiva funciona como uma piscina para reservar a chuva.
Outro orgulho dos holandeses é mostrar um estacionamento, na mesma região da cidade, que foi transformado em área verde. A ideia é simples: retirar o piso e descompactar o solo para que a água da chuva escoe mais facilmente. A criação de amplos jardins verdes em áreas antes marcadas pelo concreto, como uma estação abandonada de trem, também é um sinal de resiliência que a cidade de Roterdã mostrou aos visitantes.
No local, a comitiva gaúcha também conheceu, nesta quarta-feira, o funcionamento do Conselho Regional de Águas, órgão que tem a participação direta da população por meio de eleições e que define as estratégias regionais de combate às cheias. São 21 conselhos como esse nos Países Baixos (nome oficial da Holanda) e que são mantidos pela cobrança de impostos específicos para este fim. Cada família, segundo pessoas ligadas ao tema nos Países Baixos, paga um valor anual que oscila entre 400 e 500 euros.