O serviço de meteorologia exclusivo para Porto Alegre entrou em operação nesta quarta-feira (29). A plataforma oferece monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico ininterrupto, focado na detecção de eventos extremos, como temporais, descargas elétricas e ondas de frio e calor.
Um evento com a presença do prefeito Sebastião Melo marcou o início do trabalho, que custará por ano R$ 1,4 milhão à prefeitura de Porto Alegre.
O monitoramento é feito pela Catavento Meteorologia, de Rio Grande, no sul do Estado, que venceu a licitação para ofertar o serviço.
A empresa tem uma equipe de oito profissionais para atuar na Capital: um coordenador de operações (meteorologista ou hidrólogo), cinco meteorologistas, um hidrólogo previsor e um geólogo.
A Catavento não terá medição própria, por meio de radares e estações. Por isso, a previsão será feita com dados de fontes públicas – entre elas estão o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a rede hidrometeorológica do governo estadual e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
— Temos o modelo de previsão meteorológica configurado para a região de Porto Alegre, com uma resolução capaz de trazer informações dos bairros. Ele oferece um nível de refinamento da quantidade de chuva que não há hoje. A preocupação é oferecer informações mais precisas — explica Natalia Pereira, CEO da Catavento.
Natalia, que é meteorologista, diz que em determinados contextos, o sistema contribuirá para acelerar a detecção de cenários de risco, como quando há excesso de chuva.
— Durante a fase de testes, demoramos 15 minutos para elaborar o alerta da Defesa Civil após detectarmos a aproximação de um sistema de mau tempo. Também vamos informar quando não houver mais riscos, no caso de a atmosfera ficar estável. Não vamos fazer apenas o monitoramento e gerar o alerta, e sim acompanhar a situação o tempo todo — acrescenta Natalia.
Boletins diários, semanais e mensais de monitoramento e previsão hidrometeorológica serão produzidos pelo profissionais. Emitir avisos de curtíssimo prazo para eventos extremos também estão entre as atribuições da empresa.
Com essas informações, a prefeitura transmitirá avisos e alertas por meio das redes sociais, totens, SMS, e-mails, imprensa e visitas presenciais em áreas de risco. Além disso, os dados do sistema de monitoramento serão disponibilizados para consulta pública na internet até março.
Na web será possível ver em tempo real as áreas de Porto Alegre, em uma tela configurável que exibirá mapas meteorológicos, pontos de atenção, dados atualizados do clima e nível dos rios.
— A previsão não impede tragédia, a água entraria (na cidade, em maio de 2024) do mesmo modo, porque a chuva veio de rios que chegaram aqui. Mas, certamente, se tivéssemos esse sistema (antes da enchente), teríamos informações melhores para passar para a população — disse Sebastião Melo.
Os técnicos da empresa ficarão no Centro de Monitoramento e Alerta (Cemadec) da Defesa Civil de Porto Alegre e os dados serão compartilhados no Centro de Monitoramento e Contingência Climática da Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade.
Segundo a prefeitura, o sistema de previsão do tempo integra as 17 iniciativas de adaptação climática, que têm investimento de R$ 25,8 milhões.