Após uma série de reclamações por conta do gosto e do cheiro da água em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) diz ter aumentado a dose de dióxido de cloro utilizada no tratamento para minimizar as percepções. Apesar dos relatos, que vêm de bairros como Teresópolis e Menino Deus, o órgão público diz que não identificou floração de algas nos testes laborais que são realizados diariamente.
O Dmae atribui o gosto e cheiro percebidos pelos moradores à redução do nível do manancial do Guaíba, o que costuma ocorrer no verão, período com menos chuva. À reportagem de Zero Hora, o departamento garante que toda água fornecida é adequada ao consumo humano e que são realizadas 2,4 mil análises diárias nos pontos de captação, tratamento e distribuição da Capital.
— É um processo natural do período mais quente do ano, não gerando impacto na potabilidade. A cada duas horas, testamos a água nas estações de tratamento. Podemos garantir que ela é própria para consumo — afirma a diretora de Tratamento e Meio Ambiente do Dmae, Joici Becker.
Os relatos também vêm dos bairros Santa Tereza, Centro Histórico e da região das ilhas. O Dmae não tem previsão exata para quando o gosto e o cheiro irão sumir totalmente.
Geisa Silveira é síndica de um edifício na Rua dos Andradas, próximo à orla do Guaíba, no Centro Histórico. Ela diz estar evitando tomar até a água que passa pelo filtro.
— O cheiro sempre fica muito forte nessa época do ano. Tudo que faço em casa está sendo com água mineral, inclusive cozinhar. Não dá nem para fazer o chimarrão, que é fervido — diz.
No mesmo bairro, o empresário Elson Simonetti, dono da Confeitaria Andradas, também chegou a sentir diferença no cheiro e no gosto da água. Porém, de ontem para hoje, ele diz que a situação começou a normalizar em seu apartamento, que fica na Rua Duque de Caxias.
— Ao escovar os dentes, senti um gosto diferente, um sabor de terra, mas está melhorando — diz Simonetti.
Os sistemas de abastecimento de água (SAA) Moinhos de Vento e Menino Deus são os que registraram maior número de reclamações via fone 156 e aplicativo 156+POA, canais que seguem sendo indicados para queixas quanto à qualidade da água. Ambos os sistemas possuem a captação de água próxima ao cais do porto e à foz do Rio Gravataí.
Os relatórios de qualidade da água, gerados mensalmente pelo Dmae, podem ser conferidos neste site. Outras análises estão disponíveis no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde.