Marcelo Wagner Schelech, 56 anos, morava há cerca de dois meses na pousada que pegou fogo na madrugada desta sexta-feira (26), provocando a morte de 10 pessoas. Morador do térreo, Marcelo conta que se preparava para dormir, por volta das 2h da madrugada, quando ouviu gritarem "Fogo!".
— Eu consegui sair, só deu tempo de calçar os chinelos, mas minha irmã, que morava no terceiro andar, acabou morrendo carbonizada — diz, emocionado.
Marcelo pagava mensalidade como hóspede, mas diz que o local funcionava também via aluguel social.
No local, havia 60 vagas divididas em dois prédios, das quais 16 eram custeadas pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Sobre o momento em que começou o incêndio, ele diz que, ao abrir a porta do quarto após os gritos de "Fogo! Fogo!", viu um clarão, e as chamas próximas. Ele conta que as peças (quartos) eram todas de madeira, o que pode ter contribuído para a propagação das chamas.
— A fumaça foi tanta que saí correndo — relembra.
O incêndio que atingiu a pousada provocou a morte de 10 pessoas. Conforme o comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Lúcio Junes da Silva, alguns corpos estavam carbonizados. Ainda segundo o oficial, duas vítimas estavam no primeiro andar, cinco no segundo e outras três no terceiro pavimento. A perícia criminal está no local para identificar as vítimas e investigar as causas do incêndio.
Junes da Silva afirma que o local funcionava de forma irregular, pois não possuía alvará e nem Plano de Proteção Contra Incêndio (PPCI). Segundo alguns moradores, a pousada era da rede Garoa.