Interditada desde setembro, as quadras de vôlei de praia, beach tennis, futevôlei e a pracinha de areia do trecho 3 da Orla do Guaíba foram liberadas pela prefeitura a partir deste sábado (9), na Capital. No entanto, apenas uma das 16 quadras estava pronta para uso pela população quando a reportagem de GZH esteve no local, por volta das 11h da manhã de hoje. A pracinha já está apta.
A Cooperativa dos Trabalhadores das Vilas de Porto Alegre (Cootravipa) está fazendo a limpeza da área, retirando pedras e gramíneas. Segundo a secretária municipal de Esporte, Lazer e Juventude, Débora Garcia, não foi possível realizar este trabalho na sexta-feira (8) por causa da chuva. As outras 15 quadras também ainda não haviam recebido de volta as redes. Apenas as faixas delimitando o espaço foram colocadas. A previsão é de que todas as quadras estejam prontas ainda neste sábado, garantiu a secretária. A manutenção do espaço é feito pelo Hospital Mãe de Deus.
— Esse retorno das quadras vai ser importante para a população de Porto Alegre, que frequenta diariamente a orla. São atividades benéficas, que melhoram a saúde da população — acrescentou Débora.
Com a liberação anunciada nesta semana pela prefeitura, o uso das quadras já poderia ser agendado pelo aplicativo 156+POA desde às 8h deste sábado. No entanto, não se registrou movimento no local. Parte das quadras também havia água acumulada da chuva do último dia.
O espaço estava interditado desde setembro do ano passado, quando ocorreu a primeira enchente na Capital. Em fevereiro, a prefeitura solicitou um laudo para a Unisinos verificar se a área estava apta a receber de volta a população.
— Eu não podia liberar sem ter um laudo — frisa a titular da pasta do Esporte, Lazer e Juventude de Porto Alegre.
Foi neste momento que a universidade identificou a presença do verme Strongyloides stercoralis e de ovos de Taenia sp nos espaços esportivos. Os vermes podem causar diarreia, dor abdominal, sintomas pulmonares e lesões na pele. Já os ovos são responsáveis pela teníase, que altera o apetite, causa dores abdominais, diarreia ou constipação, perda de peso, tontura, fraqueza, irritabilidade, cansaço, náusea e vômitos.
Nesta semana, a prefeitura recebeu um novo laudo que mostrou condições para o retorno das atividades. As análises foram feitas nas quadras 10 (futebol de areia), 19 e 26 (vôlei de praia, futevôlei e beach tennis) — consideradas as mais críticas pela prefeitura, por terem ficado por mais tempo submersas na água do Guaíba. As amostras coletadas não apresentaram parasitas nem risco à população. Os resultados foram comparados com a Resolução Conama 247, a mesma utilizada para estudos sobre a balneabilidade de águas, devido à falta de legislação específica de parâmetros para análise de areias. A avaliação é de que as quadras passaram por um processo de descontaminação natural.
Antes de se chegar a esse resultado, a secretária explicou ainda que se cogitou substituir a areia dos espaços ou a aplicação de produtos químicos para matar os parasitas e vermes, o que acabou não sendo necessário.
Os demais espaços esportivos do trecho 3 da Orla já estavam e seguem abertos e sem restrições ao público.