As queixas de contêineres de lixo transbordando retornaram nesta segunda-feira (18) em pontos da Capital. A partir do relato de ouvintes da Rádio Gaúcha, a reportagem de GZH encontrou equipamentos abarrotados de lixo nos bairros Azenha, Cidade Baixa, Menino Deus, Rio Branco, Bom Fim e Floresta. Muitos dos contêineres estavam sem tampa. Com isso, sacos plásticos acabaram depositados no entorno, muitos já rasgados. Conforme relatos, o lixo orgânico não é recolhido há mais de uma semana em vários pontos.
Na Rua José Honorato dos Santos, na Azenha, o lixo se acumulava na calçada. O mesmo pode ser verificado nas ruas Jornal do Brasil e José de Alencar. Na Jornal do Brasil, inclusive, o forte vento da manhã desta segunda fez com que boa parte do lixo se espalhasse pela rua e calçada. Na Rua Ernesto Alves, no bairro Floresta, a pilha de sacos plásticos para fora do contêiner ocupava boa parte da calçada. Na Rua Garibaldi, também no bairro Floresta, entre as avenidas Cristóvão Colombo e Farrapos, o lixo estava espalhado pela calçada, causando dificuldade até para a passagem de pedestres pelo local.
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No bairro Cidade Baixa havia pelo menos quatro lixeiras transbordando na Rua José do Patrocínio, além de outra na Rua Joaquim Nabuco.
Na Rua Santo Antônio, no bairro Bom Fim, a reportagem de GZH flagrou a limpeza manual sendo feita por três funcionários da empresa responsável pelo serviço. As equipes receberam orientação para focar nos bairros em que há mais atraso. Mesmo assim, como a coleta é manual, nem todo o lixo é retirado, e muitos resquícios permanecem no fundo do contêiner.
— Está horrível! Os moradores de rua vêm aqui e colocam o lixo todo no chão, pegam o que tem que pegar, e depois vão embora e deixam tudo espalhado. Fica terrível, um cheiro péssimo — afirma uma moradora do bairro Bom Fim, que preferiu não se identificar.
Promessa de Melo
No Gaúcha Atualidade da última quinta-feira (14), o prefeito Sebastião Melo afirmou que o problema do lixo tem relação com empresa contratada para fazer o serviço.
— Este problema dos contêineres passa pelo dilema que estamos vivendo com a empresa que prometeu o céu e está entregando o inferno para a prefeitura.
Na ocasião, Melo disse que havia participado de duas reuniões sobre o tema e que iria apresentar uma solução nas "próximas horas". O prefeito destacou que avisaria o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e a procuradoria do município a respeito.
Para o prefeito, não adianta lançar licitações, se depois a empresa contratada não atende o que está no edital.
— Eu preciso escolher uma empresa em que eu confie.
O Consórcio Porto Alegre Limpa garante que quer investir na cidade, promete trocar equipamentos defeituosos, ampliar pontos de captação, mas tem receio de fazer um grande investimento e ter o contrato rescindido. A prefeitura não quer se comprometer a dar algum tipo de garantia, já que o recolhimento do lixo segue com defeito.
Nesta segunda-feira, questionada por GZH, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), responsável pelo serviço enviou uma nota detalhando o que está sendo feito para resolver o problema.
"Sobre a coleta de lixo automatizada, a Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos (SMSUrb), informa que irá se manifestar nos próximos dias sobre a resposta do recurso da empresa Porto Alegre Limpa, atual responsável pelo serviço. Qualquer informação antes da publicação da decisão, será prejudicial ao processo. A SMSUrb informa, também, que a coleta de lixo segue, com reforço no número de equipes e caminhões, que trabalham inclusive aos domingos, e pede, que todos os problemas sejam encaminhados pelo aplicativo 156+POA ou pelo telefone 156. Em caso de eventuais falhas na coleta, uma força-tarefa da prefeitura auxilia com caminhões extra de coleta domiciliar, além de equipes de fiscalização em todos os 19 bairros."
Em julho, o Consórcio POA KA Plus, composto pela empresa Kawwa Serviços e Empreendimentos LTDA e a Plural Serviços Técnicos, apresentou uma carta de desistência da operação da coleta automatizada de lixo, feita por meio de contêineres, em Porto Alegre. A Plural foi a vencedora do pregão eletrônico realizado em 3 de julho para operar o serviço na Capital.