Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, voltou a registrar problemas no abastecimento de água nesta quarta-feira (1). Um novo vazamento foi identificado na rede instalada ainda na noite de segunda-feira (30). No entanto, a equipe da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) finalizou o reparo pouco antes das 17h e garante que o fluxo de água vai se normalizar nas próximas horas.
A companhia divulgou nota afirmando não houve interrupção no abastecimento por conta do trabalho e que somente os bairros Freitas e Anchieta registraram "irregularidades", em um total aproximado de 2 mil residências. Porém, a reportagem de GZH constatou que há também falta de água em outros bairros, como o Jardim América e o Vargas.
Desde sábado (28), Sapucaia do Sul vive dias de incerteza quanto à água potável. Na ocasião, durante a madrugada, uma adutora localizada embaixo dos trilhos do Trensurb, na Avenida Mauá, se rompeu. O local do problema é próximo ao chamado Viaduto da Vargas. a solução encontrada, para evitar a interrupção do serviço do trensurb, foi instalar uma tubulação de expessura menor por dentro dos canos antigos. Contudo, essa estrutura se rompeu ainda na tarde de terça-feira (31), e o abastecimento foi novamente cortado para a manutenção. Ao menos 13 bairros foram antigos.
Já o problema mais recente foi um vazamento de pequenas proporções na junção dos tubos novos, de um tipo de PVC, com a parte velha da adutora, de cimento. O engenheiro Nailmo Mendonça, da Corsan, que acompanhava a obra, explicou que bastava apertar novamente a braçadeira que une as partes para sanar o problema.
Moradores indignados
A empresária Enedi Pacheco, 67 anos, começou a ficar sem água por volta das 10h desta quarta-feira. Porém, conhece pessoas que já sofrem com o desabastecimento há mais dias. Por volta das 16h30min, a água voltou a subir os canos da residência e do estabelecimento comercial da idosa.
— Está difícil. Minha filha, por exemplo, tinha que vir aqui em casa para tomar banho — conta a moradora do bairro Vargas.
Na tarde desta terça-feira, nenhum caminhão-pipa circulava nas ruas de Sapucaia do Sul. Apenas um veículo foi levar água para o Hospital Municipal Getúlio Vargas. A instituição recebeu 13 cargas de 15 mil litros, além de mais uma de 25 mil litros desde o fim de semana. O racionamento é uma realidade no hospital, que evita lavar calçadas e diminuiu a quantidade de banhos.
Entretanto, para as residências, a prefeitura solicitou à Corsan um caminhão menor para ter maior facilidade para circular ruas mais estreitas. Até as 17h, o veículo não havia chegado.
— Muitas das pessoas não estão preparadas para armazenar água, tem só dois ou três baldes. Poderia ser melhor, distribuir bombonas pelo menos. É uma frustração chegar em casa e não ter água — desabafa Fábio Garcia, 43 anos, morador do bairro Anchieta.
É o quinto dia em que a população de Sapucaia do Sul tem problemas no abastecimento. Foram três dias ininterruptos sem água, de sábado a segunda-feira. Depois, houve um breve retorno na manhã de terça e novamente houve desabastecimento pela tarde. Nesta quarta, o cenário não foi tão grave, mas á água não chegou a ser normalizada totalmente, sem força para chegar em algumas residências, principalmente nos reservatórios das áreas mais altas do município.