Após cinco meses de interdição e desvios, uma faixa do sentido bairro-Centro da Avenida Nilo Peçanha, no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, foi liberada ao trânsito na manhã desta quinta-feira (16). Desde julho o local passa por obras de execução da macrodrenagem do Arroio Areia por parte do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
Pouco antes das 10h, os veículos passaram a transitar pela região, deixando de acessar o desvio pela pista contrária. Agora, uma faixa está liberada até o fim do trecho de obras, próximo da Rua José Antônio Aranha, que continuam. O diretor-geral do Dmae, Alexandre Garcia, explica que uma rocha subterrânea atrasou os trabalhos, que devem ser concluídos no primeiro semestre de 2022.
Além disso, foram reativados os semáforos para pedestres junto à esquina com a Avenida Teixeira Mendes e com a Rua José Antônio Aranha. O bloqueio para o trânsito de veículos da Rua José Antônio Aranha, no trecho entre a Avenida Nilo Peçanha e a Rua Comendador Creidy, foi adiado devido a problemas operacionais.
No sentido Centro-bairro, também segue uma faixa bloqueada. Ela será liberada quando for refeito o pavimento, deteriorado pela carga dobrada dos últimos meses. A Avenida Teixeira Mendes segue interrompida. A alternativa para quem quer deixar a Nilo Peçanha rumo ao sul, ingressando no bairro Três Figueiras, é a Avenida Osório Tuiuty de Oliveira Freitas.
Macrodrenagem é obra prioritária
Os cinco meses de obras subterrâneas na região da Nilo se tornarão seis, sete ou até oito. A operação é a sexta das 26 planejadas pela prefeitura para melhorar o sistema de drenagem da chuva no Arroio Areia. O Dmae justifica o atraso nas obras por conta de uma pedra encontrada no caminho dos túneis, originalmente não apontada pelos estudos preparatórios. O material precisou ser destruído manualmente pelos trabalhadores.
Foram instaladas tubulações que ampliam o escoamento e controle da água que até então se acumulava na superfície. Em cada um dos trechos da obra foram instalados aproximadamente 350 metros de canos subterrâneos para condução de água. Entre a Avenida Nilo Peçanha e a Rua José Antônio Aranha, a operação tem custo de R$ 2,6 milhões. Do outro lado, entre a Avenida Teixeira Mendes e a Nilo, o investimento é de R$ 2,9 milhões.
O efeito delas é “amortecer” e desacelerar o impacto do fluxo da água em dias de muita chuva, explica o o diretor-geral do Dmae, Alexandre Garcia. O próximo passo, segundo ele, é ampliar a capacidade de armazenamento das galerias que ficam abaixo do solo no Country Club, com o mesmo objetivo. Mas essa é uma obra que deve começar apenas em 2022.
— As obras ali captam a água e conduzem ela para a entrada do Arroio Areia, no Country Club. Estamos ainda finalizando, a previsão é que no primeiro semestre tudo esteja concluído — explica Garcia.
Questionado sobre a possibilidade de fazer tais melhorias em horário noturno, de menor movimento do trânsito na região, Garcia diz que consideraram a hipótese, mas que ela foi descartada por motivos financeiros e de operação. Segundo ele, mesmo com o impacto sendo menor, o sentido bairro-Centro da avenida ainda teria de ser bloqueado completamente.
— Os buracos subterrâneos são um impacto que poderiam ocasionar desabamento com carros passando por ali — detalha, complementando: — Além do custo elevado de hora noturna para os trabalhadores, teríamos de reforçar a iluminação e a segurança, porque são valas profundas, de quatro metros, em um lugar escuro. Tentamos olhar para todos os lados que são impactados. Trabalhando de dia, evitamos que alguns moradores da região tenham o sono comprometido pelo barulho de máquinas e caminhões.
Entre galerias e reservatórios das 26 reformas em toda a bacia, serão investidos cerca de R$ 107 milhões, provenientes do Ministério do Desenvolvimento Regional e de contrapartida da prefeitura de cerca de R$ 1,3 milhão. O prazo final para entrega do conjunto de melhorias é o começo de 2023. A estimativa da prefeitura é diminuir o efeito dos alagamentos e enchentes para 180 mil moradores de 14 bairros de Porto Alegre.