O pacote de mobilidade, proposto pela prefeitura de Porto Alegre, que prevê medidas para redução do valor da passagem de ônibus na Capital, segue gerando polêmica entre vereadores. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quinta-feira (30), Mônica Leal (PP), que presidiu a Câmara em 2019 e tem se posicionado contrária ao governo Marchezan, e Moisés Barboza (PSDB), líder da base, divergiram sobre o assunto.
Durante o programa, Mônica questionou a pressa da prefeitura em realizar a votação, pois, de acordo com ela, os vereadores mal tiveram tempo para debater a proposta. A vereadora afirmou ser "um absurdo" o pedágio para carros de fora da cidade trafegarem em Porto Alegre, além de ser contrária ao imposto sobre as empresas de aplicativos.
— Não aceito esse projeto entrar na calada da noite para modificar tudo. É necessário mais debate, precisamos de uma audiência pública. Se eu tivesse a solução, eu a apresentaria neste momento na tribuna. Ouso dizer que o pacote proposto é um festival de insanidades — salientou.
Barboza, porém, disse que continuar debatendo não resolverá os problemas do transporte coletivo, pois há empresas de ônibus pedindo aumento da passagem para R$ 5,20. Para o vereador, nem toda a população pode pagar por um aplicativo e, por isso, ele é favorável à taxa por quilômetro rodado.
— Nós já temos a fama de capital com a passagem mais cara do Brasil, isso é horrível. Só debater e perder 60 mil passageiros do transporte público não adianta. O transporte coletivo precisa de soluções imediatas — falou.
Como o prefeito pediu urgência para a votação do projeto, o presidente da Câmara, Reginaldo Pujol, convocou sessão extraordinária para esta quinta e sexta, ainda durante o recesso legislativo. Até as 10h45min, porém, ainda não havia quórum. Apenas 17 dos 36 vereadores haviam se apresentado. São necessários, no mínimo, 19.
No início da manhã, rodoviários realizaram caminhada em protesto à retirada dos cobradores dos ônibus em determinados horários, outra proposta de Marchezan para reduzir o preço da passagem.