A parada de ônibus em frente à Faculdade de Direito da UFRGS, na Avenida João Pessoa, voltou a ser interditada, durante duas horas, nesta segunda-feira (13), após relato de choque em um poste de luz ao lado da estrutura. Equipes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e do Departamento de Iluminação Pública (DIP) da prefeitura realizaram testes, mas não identificaram presença de corrente elétrica e liberaram o local.
O poste já estava isolado, de forma improvisada, desde sábado (11), por iniciativa de um usuário do transporte público. Depois de ter sofrido uma descarga elétrica, um morador de Viamão resolveu cercar o poste de luz com uma faixa branca e laranja, cedida por policiais militares que passavam pelo local no momento. Colocou nele uma placa improvisada com um pedaço de papelão: "Não toque. Perigo".
O poste era o mesmo que levou à interdição do abrigo de ônibus na quinta-feira (9), após relatos de que pessoas também sentiram descargas elétricas — a estrutura foi liberada no mesmo dia após análise da EPTC e da DIP.
A estação fica quase na esquina com a Avenida Desembargador André da Rocha. Dez anos atrás, nessa mesma estação, o estudante Valtair Jardim de Oliveira, à época com 21 anos, morreu após receber uma descarga elétrica na parada de ônibus. Em homenagem a ele, a estação recebeu o nome de "Vavá" — apelido do jovem.
O técnico em edificações Jonas Rodrigues Caldeira, 44 anos, quem isolou, por conta, o local no sábado, afirma que aguardava um ônibus para retornar a Viamão quando apoiou-se com a mão no poste e levou o choque:
— Meu coração ficou acelerado.
Ele afirma ainda que tentou ligar para o telefone de solicitação de serviços da prefeitura, número 156, mas não foi atendido. Pegou um pedaço de papelão no lixo para escrever o aviso.
— Eu pensei em avisar porque como aquele rapaz (Vavá), pode ter outras vítimas — desabafa.
Incrédulo do incidente, ele ainda que retornou na noite de sábado ao local com uma chave de testes, que teria indicado presença elétrica. Presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (ABEE-RS), Guilherme Augusto Brancher explica que choques em postes podem advir de falta de isolamento de algum componente — normalmente, há algum soquete, lâmpada ou a própria fiação não isolado.
As equipes da prefeitura não identificaram nenhuma falha de isolamento no local. A EPTC garante que casos como esse são tratados como prioridade e devem ser informados na hora para os fones 156 ou 118 (do departamento de transporte).