Em entrevista na tarde desta quinta-feira (3), o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, classificou como "deboche com a inteligência do cidadão" a instalação de uma CPI na Câmara de Vereadores para investigar o Banco de Talentos da prefeitura, escritório montado para mediar nomeações em órgãos municipais. Marchezan participou ao vivo do programa Gaúcha+, apresentando do Mercado Público em razão do aniversário de 150 anos do espaço.
– Olha, é um deboche até com a inteligência do cidadão perder tempo analisando um processo de seleção. Será que os vereadores de oposição querem um apadrinhamento único e irrestrito como era antes? Um apadrinhamento que levou às denúncias da Fasc? Que levou à corrupção do DEP? Que levou às corrupções da Carris? Ou querem um processo seletivo com profissionais trazidos da ABRH? Toda sugestão passa por um profissional que trabalhou na área de recrutamento por 20 anos – declarou o prefeito.
Não tem outra coisa para falarem. "Já que não tem rabo, vamos criar um rabo'
NELSON MARCHEZAN
prefeito, sobre CPI para investigar escritório de contratações
Na opinião do prefeito, a CPI foi criada por três motivos:
– Muitos negócios na prefeitura foram cortados. Pra alguns, isso é um problema. A segunda questão é que não tem outra coisa para falarem. "Já que não tem rabo, vamos criar um rabo." E, terceiro, por ser um ano pré-eleitoral. Tem de falar alguma coisa de ruim. Já que a Câmara não vota nada de importante há dois, três meses, tem de mostrar algum serviço. Tomara que a CPI dê alguma contribuição, mas por favor, não deixem de votar. Vamos votar, vereadores! – provocou Marchezan.
A CPI foi instalada horas antes, na Câmara de Vereadores. Ela será presidida pelo vereador Roberto Robaina (PSOL). A relatoria ficará a cargo do vereador Wambert Di Lorenzo (PROS).